Ensaios

Crônicas de George

Poesia

domingo, 16 de junho de 2019

Foi, não foi, não será

Já Tarda as dores do mais do mesmo
Causas perdidas de um mesmo cotidiano
Fatos e rotinas morosas a torto e direito
Hoje sou a própria figura do farrapo humano

Ainda estou aqui remoendo futuro e passado
O passado me é saudoso pois lá vivi
É nele que se deposita meus fracassos
Fonte dos arrependimentos atuais em si

Ai de mim que no passado viveu amores
Eles se tornam as lembranças do melhor do que fui
Momentos que são eternos das lembranças e ardores
Contudo se torna a maldição que perversamente flui
Remoendo erros e perdas no presente sem fervores

O que sou nesse atormentado presente doente
Me tornei afinal das contas uma espécie de corcunda de Notre-Dame
Sair para encarar a dureza dos outros humanos queima feito brasa quente
Assim parece que sigo a sina de seguir escondido na torre distante
Ali é o refugio onde escapo de julgamentos e hipocrisia indecente

É o Mal estar que me consome pela saudade do afeto que tive no passado
O meu presente é uma ausência de sentir e de sentido nefasto
É o cão dos diabos amar e não ser amado como uma constante existente de fato
Os dias passam como quedas certas nos meus passos dos atos
Minha vida parece uma tragicomédia encenada por palhaços em um teatro

Não existe maquina do tempo para reviver o passado
Muito menos elixir ou solução eficaz para consertar meu presente
Logo então serei ser com um futuro inexistente com fato consumado
Na História individual que é um excepcional normal inconsistente
Frustrações clássicas por não ter correspondência no querer presente
Passado, presente e futuro afinal das contas do que foi realizado
foram pesados, medidos e considerados irremediavelmente insuficientes.