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Crônicas de George

Poesia

sábado, 7 de abril de 2012

Novamente

Nada mais surpreendente, afinal o que seria de fato novo no sofrimento que já perdura a dois anos inconstantes, com raras ocasiões de refugio dele e de um fio de esperança que não passou de apenas quatro meses que no fim se mostrou outra pontada de tristeza funesta e corrosiva. Fui levado ao atual estado por uma série de fatores que consigo acarretaram em tormentos que nunca poderia ter previsto ter na condição de ser humano racional e cético que sou jamais fui um grande “crente” em sentimentos que vão alem da lógica e que perdurassem eternamente, forte o suficiente para levar um homem a beira do abismo da insanidade. Mas assim como o fogo no mato seco, esse sentimento se tornou incontrolável, desde já não recomendo e acho que nenhum ser humano deveria suportar um fardo tão terrível e sádico quanto um amor dessa dimensão sendo jogado ao vento pelo ser receptor desse sentimento. Não posso culpar ela por não sentir nada por mim, nem mais uma única centelha de carinho, admiração, pois não temos controle sobre nosso emocional (creio que se tivéssemos esse poder,  a vida acabaria sendo de uma morosidade e tédio sem precedentes) e ela acabara aprendendo de certa forma que isso  poderá ocorrer com ela também, pois ninguém é isento de amor, por mais maligno ou funesta essa pessoa seja.
O tempo acaba passando, ele sempre será o amortecedor das emoções, mas ele não age como um solvente, que acaba retirando os resíduos, ele apenas faz com que as a emoção fique opaca durante certo tempo, imperceptível até de supetão, ela ressurge dos escombros do tempo, como uma avalanche de tormentos repetitivos e aterradores, os velhos medos e decepções voltam a tona, no turbilhão de sentimentos que afloram nos momentos de crise, na hora em que a ansiedade chega e toma conta da mente de tal forma, que é perfeitamente compreensível que fiquemos mais sensíveis e frágeis para que este sentimento volte com toda sua força e com um poder destrutivo maior do que foi no começo de tudo, em sua origem. Nada a principio parece deter ele, de fato esse amor quer por que quer vingar, quer ser real de novo, viver de novo a velha intensidade da loucura que acabou fissurando meus pensamentos nas diversas idéias de uma vida baseada em passar os dias com a pessoa declamada e requerida por ele.
Mas Agora o sentimento virou um fardo, um peso que não gosto nenhum pouco de carregar, me consome energia de tal forma que anda atrapalhando minhas ações e parou a forma de como eu encarava a vida com simplicidade e tranqüilidade, acabei trocando isso por ansiedade, inquietação e medo de não viver o amanhã, isso torna tudo mais difícil do que pode ser mina nossa auto-estima, destrói nossa vontade a tiros de baioneta. O que estou fazendo agora e conseguir uma forma de aprender a conviver com esse sentimento, sem que ele me torne um amargurado, já não posso evitar que ele exista, mas sim que consiga passar os dias sem que ele se torne um estopim para eternas crises psicológicas e tormentas emocionais, quase causando um dia de fúria só ao acordar para ir ao trabalho. Não vai ser nada fácil essa nova etapa, mas ei de prosperar nesse novo tempo e vencer esse sentimento, mesmo existindo, conseguirei criar outro mais forte que ele, é nisso que acredito. Como diria Charles Bukowski, “o amor é um cão dos diabos”.

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