Embora fosse complicado como atravessar a terra média rumo a Mordor, George sempre acabava tendo das suas paixonites crônicas, reflexo é claro, de sua personalidade una um tanto quanto ingênua, afinal das contas, fantasiava momentos em que se sagrava como Sir George Augustus, senhor das planícies quiméricas, indo ao resgate de alguma bela lady ( ou seria cocota magia?) que por ventura arrebatasse sua alma.
Por ter essas peculiares características enraizadas no seu desastrado espírito,gerava a si mesmo incômodos internos, inserindo-se em uma espécie de síndrome de Peter Parker: um trabalho meia-boca apenas para sobreviver, morando com parentes, tendo uma vida emocional instável e completamente cheia de amarras e desculpas sem sentido, mas ainda sim persistia em ajudar os outros e tentava sempre dar uma mão a quem pudesse, por vezes levando a pior graças a sua solidária índole.
Não suportava as falas vazias e entediantes das típicas “novinhas” baladeiras, com retóricas clássicas que sempre ouvia ou lia em alguma timeline de rede social como:
- Gentem, Dior 50% Na Daslu- ou: - acho um absurdo essas sem noção que repetem a mesma blusa na balada do outro fim de semana na Festa THUG , porfavor néahhh, se toquem, HELLLOOO!!!
Na verdade, ele não sentia a mínima vontade de adentrar neste ninho de harpias vampiras e de seus asseclas trasgos, vestidos com sua cota de malha da Lacoste e com seu elmo de viseira Juliette 24K.
- Chegar strondando em várias coisinhas ,né o jogador- fala repetida por certos trolls em determinados ares provincianos de sua localidade.
- Criolo deveria ter estendido a frase de sua música, Não existe amor em nosso mundo, quiçá nem em Zelda- bufava George.
A desolação então tomava conta do guerreiro. Lia Algumas frases de Nietzsche e dava certa razão ao rabugento filósofo e em certos momentos até achava sensato os compartilhamentos de Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector no Facebook:
- Almas tão atormentadas como a do pobre Anakin Skywalker- pensava.
Enfim, mesmo com tudo isso, e a quantidade de ideias reflexivas e controversas do pequeno George, bastava novamente cruzar um olhar com outra moça por ai nessas andanças do mundo de algum deus ou perceber que a moça sentada ao seu lado esta escutando no Ipod alguma banda decente, que os velhos ponteiros do gira-tempo da safira coração de George badalasse novamente voltada para o norte existencial de suas paixonites apalermadas.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Ausência a sentir
Aqui se faz a hora de ausência
Sensação de letargia amuada e dispersa
Nada se extrai da minha essência
Onde reina a culpa de maquinação perversa
Tolo de incertezas do caminhar moroso
Sem as maneiras mínimas de resistir
Assim como folhas caídas do outono
Padeço na fragilidade de prosseguir
Um frio agora se espreita sorrateiramente
Indo de encontro a mais profunda imensidão
Tomado de agonia aflita e demente
Ausência sente de meu eu ter mera comoção
domingo, 26 de janeiro de 2014
Desatino absoluto
“Necessito dos teus incômodos e
das tuas lamentações sobre que ando, faço digo e dito sobre nós e o resto das
coisas. Pequenos encaixes entre nossas ordens de sintonia intensa, mas
disforme, vamos desencontrando as peças erradas para no fim enxergar os
encaixes perfeitos de nosso quebra-cabeça destes efeitos impressionistas um
tanto quanto abstratos e até de formato surrealista. Mero dizer aqui em prosa
faz, pois o momento assim exige e me da como a única opção de expor as benditas
aflições que guardo ao remeter meus pensamentos e vontades sobre a sua
concepção.
Quando me deparo em como nossos embates sobre
amor e outras distrações derivam ao mesmo resultado de feitio denso e de
avassaladora corrente, definem sentimentos indescritíveis em qualquer linguagem
utilizada para comunicação. Sou colérico, sarcástico, enfático, rude e por
vezes malicioso com seus atos e passos geralmente por mera satisfação em te espezinhar,
pois é lhe causando a saída da zona de conforto quando nelas te recolhes numa
espécie de carapaça reclusa que por vezes não lhe alcanço dentro dela. É te
tirando do sério que assim lhe tenho nos braços a fim de nos descobrir como ser
uno e indivisível na origem das coisas.
É o teu silencio que me passa a ânsia
de ter cometido pecado capital acerca das nossas relações de ardor ferrenho. A
indiferença é o golpe matreiro que me prostra ao chão perante a duvida que esta
acarreta no espírito combativo que tento manter com chama ardente e viva sobre
a escuridão das noites taciturnas da sua súbita quietude. Na minha aspereza
oculto a sensibilidade da situação que estarei eternamente posicionado, de
sonhador e suas utopias sobre o que viver como criança perdendo-se em risos ao
deparar-se com uma nova brincadeira descoberta a sua maneira.
Faço das minhas tolices apenas para
causar-lhe desconforto, pois nela revelas o quanto podes sentir as intensas
vontades sobre o meu ser que insiste na teimosia de imbecilidades, apenas a ter
certeza de poder amar-te de forma plena e visceral. Nestas manias imperativas
de realista almejando estar idealista, é a busca de ter a certeza total das verdades
da emoção que faz as engrenagens rodar e continuarem seus movimentos. Se nossa
grande verdade universal é que não há verdade absoluta, vou-me por nos estados
de devaneio e desatino constante.“
Encontrado assim este escrito em
um casaco de morto boiando as Margens do Rio da Prata, Montevidéu 1979, época
onde o voo do Condor carniceiro das ditaduras na América do Sul fazia seus
banquetes na destruição de causas e vidas.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Ânsia contente
Aquieta a
alma tola e desolada
Suas frases
de sincero ardor
Em meio a
tanta distancia enfática
As palavras são
caminhos a se compor
De mero
afago as grandes emoções
Tudo agora remete
ao seu semblante
Suave como
melodia de canções
Aficionado
me torno neste instante
Tenho que
suportar o espírito atormentado
Por lonjuras
e vontades externas
Na ansiosa
aflição de conformado
Alegria
irracional de nosso amor serem as certas
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Tardando os sonhos
Observando impacientemente as
hélices do ventilador no teto, George tentava pregar os olhos num sono profundo,
para amenizar o excesso de ideias sobre as voltas das mesmíssimas dores de
parto costumeiras. Perdia horas durante o dia pensando em antigos
arrependimentos e pecados não perdoados, sejam estes seus ou de terceiros que o
envolviam é claro, pois como primata primitivo nutria certo rancor e magoa
sobre certas pessoas tão confusas e instáveis quanto à situação da Palestina.
- Padeço assombrado por esses espectros
desgraçados do passado, e agora estou aqui suando feito um condenado, tomado
pela insônia e agonia do remorso. Gostaria de Ser Marty Mcfly e ir de Volta
para o futuro-. Assim confessava o angustiado George seu desejo de controlar o
tempo para consertar erros e ações de consequências desastrosas.
Sentia que correntes com pesadas bolas de
ferro estavam presas em seus pés, o impedindo de prosseguir no cotidiano e
tocar as coisas a sua maneira. Numa espécie de causa quase que perdida de ares
e tons de semi-utopia, planos e tentativas de solução de suas chagas e do mundo
quer resolver, embora seja duvidoso resolver algo desta maneira consumindo
tempo na insônia e nos jogos de culpa da
própria cabeça.
Perdido (assim como seu sono) de fato estava às
sensações sobre os pontos de divergência entre sua história almejada e a
concreta. Desejava dormir não para descansar a mente das atribulações vividas,
mas sim para reviver nos sonhos o que jamais teve no plano da realidade. No
mundo dos sonhos teria finalmente alcançado o ideal de amores atemporais e
viscerais.
- Meus sonhos são a Minha Matrix, neles por
fim sou o herói dos contos inacabados e eterna esperança das melhoras do mundo.
Neles sempre sou o que jamais serei.
Mas ainda havia a questão do sono que tardava a vir. Angustiado com
isso, foi tomado pela ansiedade imperativa, destas de tal feita que causassem
os aborrecimentos tradicionais de uma irritação sobre tudo e nada. Mas eis que
George começa a sorrir, pois acaba se lembrando da solução dos seus problemas e
pensando com seus botões porque havia demorado tanto para chegar a essa
conclusão, como pode ter esquecido que para visitar seus sonhos lhe bastavam
apenas 3 gotas do néctar dos deuses: Clonazepam, ou Rivotril para os íntimos.
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