Ensaios

Crônicas de George

Poesia

domingo, 12 de janeiro de 2014

Negatividades de momento

 A raiva acaba sendo sentimento gerado nos pensamentos sobre o que se é e tais como o são, exemplos nada claros de como as coisas se encaminham. Nisso George consumia seu tempo, perdido em meio aos incômodos de sua vida morosa, tão divertida quanto assistir zorra total num sábado chuvoso. Excessos e todas as presepadas por ele cometidas vinham à tona por agora, motivando as ideias acerca sobre sua suposta fraqueza de espirito ancorada num pessimismo todo peculiar.

- Comemorar aniversário é uma grande estupidez. Celebrar o envelhecimento do corpo, bater palmas para mais um ano em que rumamos para a morte.- assim argumentava.

 Feito o anti-herói saído da mais obscura saga de complicada trama, George e toda sua mania de autodepreciar-se, característica de sua personalidade. Gera até certo divertimento em determinados momentos o realismo perverso das observações negativistas de nosso rapaz atormentado, como era percebido nas suas opiniões pessoais em certos assuntos, tais como que os grandes magnatas deveriam andar em publico com um slogan nas costas escrito “minha sonegação de impostos e subornos a políticos matam mais que câncer”  e que todos as armas usadas pela policia em manifestações deveriam conter os dizeres “ métodos de violência branda a fim de persuasão estudantil”.

De fato isso no final das contas era um tremendo sofrimento para o intelecto ansioso do jovial George. Tinha uma propensão aos sentir intenso graças ao seu verdadeiro eu profundo: um grandessíssimo exemplar de caos sentimental, carregando consigo um colosso de ideais sonhadores sobre as emoções, dos amores a amizades eternas. A coisa era de tal força opressiva que nosso rapaz ainda carregava as costas o peso da culpa das omissões do passado, o infeliz ainda remoía velhos negros amores, como aquele  aparvalhado dos inocentes 15 anos.

- Deveria ter prestado mais atenção em Rain Song do Led Zeppelin ao invés de Sympathy for the Devil dos Stones quando tive oportunidade com a Ritinha- suspirava pesarosamente.

Condenava a si mesmo no júri da sua interna cabeça angustiada sobre omissões permissivas e excessos doentios, aplicados em momentos capitais de suas idas e vindas pelas vielas da culpa eterna, percepções que para ele eram tão certas quanto a genialidade do velho Einstein. Mas a bem da verdade é que tudo isto era uma incomodação de momentânea apatia originada da fome, pois assim que limpou seu prato de macarronada a bolonhesa:

-Isso estava tão magnifico que fui tomado pelo esquecimento das ideias, mas enfim se não lembro não tem a mínima importância .

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