Letargia que toma conta dos
espasmos da respiração, suavemente comprimindo o peito tirando o ar necessário
para fazer-me submergir frente à desordem instaurada. Ainda estou preso a
desatinos das vontades em que mera fagulha da loucura atravessa caminhos incertos
sobre vastos campos, onde vou distraidamente absorvido pelas aflições de uma
ansiedade indo do nada a lugar algum. Não existe a certeza de distancia
percorrida nisto tudo, em meio ao caos que habita meus pensamentos nada
sensatos, os momentos de lucidez da minha oscilante cabeça são tributos à
memória do que você já não é mais.
Sem uma causa a que recorrer busco
no nada ideal a que creditar alguma ponta de esperança, como farol a seguir em
meio ao nevoeiro ou boia a que se agarrar perdido no oceano do remorso. Por
certo tempo estas coisas acabam parecendo mera tolice das minhas ideias,
alucinações de um cérebro coordenado pelas sensações de um velho coração louco teimosamente insistindo em dar murros em ponta de faca cega da paixão. Numa
sincronia desnivelada e convulsiva as crianças do ego e do desespero vão
brincando com sentimento e emoção como duas marionetes cômicas e divertidas.
Como modo de distração de rotina
expresso na amargura refinada no humor de tons depravados de ser personagem
interessante a qualquer propósito ou projeto, mas ao fim o mesmo resultado
crava sua irônica conclusão ao denotar o descarte dos sonhos. Outras armas
inutilmente foram usadas para aplacar as pontadas originadas no tórax,
entretanto o tradicional sarcasmo e o clássico cinismo na tentativa de ignorar
o que eres e serás em nada adiciona, e nem mesmo tentativas de alienar-se na ignorância
para esboçar um contentamento gera alguma satisfação para anestesiar as chagas
do descaso.
Ferida crônica nascida para
servir como instrumento de tortura do sentir vai perdendo nas indecisões
do que agora está exposto. Sanidade e loucura agora parecem estar fundidas em
um corpo só, travando luta para apoderar-se da razão e de alguma verdade. Assim
sendo talvez ambas acabem sendo idiotas uteis tendo serventia em abrir brechas
e retirar o tumor que sangra a alma materializado no que penso ser
supostamente sua antiga versão.
Agora é os sentidos alterados a mercê
do descontrole maníaco de jogos de azar, viro descartável peça de tabuleiro na
sua infantilidade. Cartas marcadas expostas sobre nossa mesa da vaidade, vamos
nisso nos unindo na partilha dos prejuízos e deixando claro sem
rodeios que tudo está consumido as cinzas. Mas a formação de muros das
lamentações já não presta de eficaz serventia, aprendi observando sua conduta que muitos
abusam do amar como veneno de hipocrisia.
muito bom ^^
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