O fato é que estou evitando ao máximo a expectativa para
tudo, o processo de auto-ilusão é, mais uma soma no processo de destruição de
si. A rotineira idealização de algo vai se tornando um martírio silencioso,
discreto e tênue, a tal ponto que não percebemos o exagero da expectativa que
geramos a partir de um evento qualquer que estamos esperando que ocorra. Vamos
criando uma concepção do que pode ocorrer como algo belo, sereno, utópico em
sua essência, na ingenuidade do pensamento humano que expande esta concepção de
que algo grandioso e certo nos espera.
Talvez o maior
problema não seja a expectativa criada, mas a ansiedade nefasta que ela gera. A
ansiedade por si só acaba causando uma série de transtornos físicos, emocionais
e mentais, colaborando para os problemas que a criação de expectativas e uma
possível decepção nos acarretam, pois age de tal forma que perdemos o controle
sobre a situação invariavelmente. Acabamos perdendo todo o bom senso, a atenção
e concentração nesse processo, das mais diversas formas, em coisas corriqueiras
como esquecer o leite no fogo ou queimar a panela de pipoca, já que esta
expectativa toma todo nosso pensamento e nos bota em tal estado de desatino que
não nos tocamos do que esta acontecendo a nosso redor. Perdendo o fio da meada
do dia-a-dia, o a que esta acontecendo parece não ser relevante ou ter
importância devido à expectativa que criamos para ao que ira ocorrer. Em Suma,
a expectativa é perigosa, uma bomba relógio que precisa ser exatamente bem
desarmada para não explodir e levar tudo que foi construído e gerado a se
tornar poeira ao vento. È fundamental para ter um retorno sadio da expectativa
que ela não seja uma idealização utópica, um sonho criado em um mundo
totalmente surreal em que tudo ira ocorrer as mil maravilhas, como se sua vida
tivesse sido escrita por Walt Disney. Mas a questão é de que forma podemos
evitar esta expectativa exagerado.
Não se tem uma
receita de bolo para isso, nem em um manual de 5 passos que podemos comprar na
saraiva em edição de bolso, esta pergunta varia de caso a caso, mas em todos
eles é preciso fundamentalmente para isso ter os pés no chão, ou seja, um
choque de realidade e pensamento racional. Claro que não podemos ser realistas
em excesso para não nos tornarmos uns pessimistas chatos e tediantes, mas
certas coisas são tão óbvias se agirmos racionalmente, que se acabarmos por
analisar o fato de fora, vamos achar o excesso de expectativa ridículo e digno
de risos, pois percebemos como estamos agindo tolamente. Claro que não podemos
racionalizar tudo, para não nos tornarmos secos e tacanhos demais, mas pensar
bem antes de formular idéias, ter mais consciência do que pode e deve ocorrer é
necessário para evitarmos uma grande decepção devido a expectativa gerada.
“O Pensamento em si é tão forte e fluente, que nos torna
escravo da idéia que ele concebe, nos encerrando reclusos e reféns ad eternum”
é, mas é quase impossível não criar expectativas em cima das coisas que almejamos. impossível.. essa idealização realmente fode minha cabeça.
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