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Poesia

domingo, 18 de agosto de 2013

Embate Entre Terra E Ar



Não parece transparecer, mas embora aparente ser algo totalmente contrário ao que realmente o é, ao fim das contas e das vendetta que andam exuberantemente por ai, teme demonstrar o que carrega internamente, pois nas oportunidades que assim sempre agiu os resultados foram apocalipticamente desastrosos a sua individualidade complacente e paciente. Ocultar a sua verdadeira face é mais cômodo e confortável, esconder-se atrás da máscara de um caricato personagem é uma boa defesa frente aos incômodos e crueldades de um sistema-mundo completamente fora do esquadro e perceptivelmente negativo, avesso a mudanças benéficas ao ciclo de vida daqueles que nele habitam.

Hábito pouco recomendável disfarçar as vontades e reais qualidades de si, mas por acontecimentos de um passado que persiste em fazer-se presente atualizando e socializando desconfortos de agruras dos velhos amores, optou por utilizar desta atuação de ator amador, encenando uma cômica tragédia nos palcos da rotina dos seus dias. Só que nestas vivencias do dia a dia regidas pelas verdades e certezas da lei de Murphy (tudo tende a piorar, creia nisso), quanto mais tememos e menos queremos determinadas coisas, elas acabam fixando lugar cativo nos pensamentos e emoções, formando a tradicional convenção filosófica dos tempos, os acontecimentos ocorrem quando menos esperamos.

Por mais que suas forças foram para evitar os amores de grande magnitude, agora está com fragmentos do próprio coração entregue a tipos inversos destes. Ao que parece se encontra dividindo os espaços de sua alma entre as características típicas de um embate entre o Amor Terreno VS Amor Aéreo, tão diferente e contrário nos aspectos que cada um se sobressai. Vai fervendo as ideias neste confronto de ideologias opostas, de campos variados e dimensionamento complexo, cada qual com seus meios de subsistir e de elementos com densidade e tratos sobre condutas de viver antagônicas tais como: esquerda X direita, rir X chorar e vinho X agua (embora ambos necessitem um do outro para serem o que são).

O amor Terreno é por si só algo de maior tato e trato por assim dizer. Com os pés centrados na realidade e em metas concretas, é de uma estabilidade segura e paciente, compreendendo e sendo um refugio certo para as tempestades violentas das atribulações de enfermidades do espírito, na calma e tranquilidade das terras planas uma boa situação para aconchegar seu desassossego. Já o amor Aéreo habita todos os cantos no firmamento do espaço, não tem forma certa, é instável e inconstante, ao mesmo tempo pode estar sem força como a calmaria da bonança dos mares ou devastador e destrutivo como um furacão que engole e consome todas as vias por onde passa, é sonhador e deriva de desígnios e dos desejos mais puros da alma.

Neste desordenado turbilhão de novos amores inversos, as sensações são a bem da verdade velhas conhecidas de suas arremetidas e investidas. Claro que é uma novidade incerta e confusa entregar-se divido em concepções opostas de querer, mesmo que estas sejam temperamentos que o complemente de uma maneira ou outra, preenchendo suas necessidades de sentir e vir. Não é por tentar conseguir os dois amores ao mesmo tempo, cometendo o ato da gula das paixões, que teme perder estes, mas sim por achar que possa não ter capacidade suficiente par apetecer qualquer um destes lados contrários da moeda da velha sensação humana de amar.

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