Rotina dos últimos tempos, abraçar com uma firmeza tremenda
as anestesias que somente o álcool ou qualquer outro vicio traz. É seu alivio
da frieza do seu cotidiano, fraco demais para encarar novamente a realidade dos
traços e carregando um fardo de saber exatamente a mediocridade de sua
condição, que por fim se entregou a deriva de alívios corporais para libertar o
próprio pensamento da tortura que é enxergar com clareza sua situação medíocre e insossa. A perspectiva do quadro atual para ele nada tem de melhora acha, por
terrores do presente e temores do futuro.
Vive pelo passado desde então, a única vertente de sua vida
ao qual na memoria tenha vivido algo
plenamente bom. Sem perspectiva pelo que vem, já abandonou metas ou planos de
esperança, tendo se tornado um cético sem nenhuma fé, uma critica voraz da
ingenuidade que a maioria tem sobre os sonhos, jogou fora todas suas utopias e
desejos, pois até este momento credita no ato de nascer o fatal erro de sua
alma. Pôs se então a contar o correr do tempo, esperando a esmo as horas passarem
a troco de nada, ansiando por algum evento derradeiro que resultasse em outra
dimensão, para ele está aqui já deu o que tinha que dar no tilintar dos sinos.
Julga ser insuficiente para qualquer ação, ato, ou afeto dos
semelhantes nem tanto iguais a suas aspirações. Crê piamente que suas medidas e
histórico afasta qualquer aproximação contumaz, realmente verdadeira por parte
dos alheios humanoides carcomidos que o rodeiam e tantas vezes o atormentam e julgam
com pesos excessivos e repressivos. Como marionete, era jogado e controlado por
alguém acima de sua condição como bem entendesse, trocado de mão em mão a cada
peça encenada, um simbólico personagem secundário em qualquer história, o
figurante de cenário perfeito para evitar a distração sobre o destino final do
enredo. Sua trama pessoal de nada importava, ia perambulando de sarjeta a
sarjeta mendigando afagos como um cão sem dono e patrimônio.
Tudo lhe tem um ar de formalidade burocrática e isenta de o mínimo
de emocional nos projetos que o envolve. Não por sua causa no final das contas,
mas porque todos evitavam esta abordagem consigo e por mais que tentasse buscar
respostas concretas para essa questão, afundava-se em um lamaçal de incertas
perguntas de respostas dúbias e relativas. Com seu caráter intempestivamente saudosista,
suspirava e tinha um único sonho para a vida: que algum milagre divino ou
inventividade da ciência concebe-se a ele uma volta no tempo, recuperar o tempo
perdido ou apenas reviver idos de momentos de uma saudade tão intensa que se
perdia em devaneios somente ao pensar na hipótese de uma máquina do tempo.
Mas sabendo da impossibilidade de algo miraculoso destes
realmente acontecer, volvendo novamente a se absorver nas próprias divagações
lamuriosas. Sua ideia sempre se concentra na busca para a conclusão de tamanha
mediocridade de seu ser, suas falhas grotescas e o porquê da indiferença ao
qual estava sendo submetido pelos outros. Fica escondido, observando pela
fresta da vida os passantes que por ventura se vislumbrem perto de seu
território, e em seus domínios fica se aliviando, em paginas e fotos amareladas
pelos tempos passados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário