Ao acaso sou levado pelas minhas características
de sentir as coisas. Sou afetado por momentos ou pequenas nuances de que para
muitos passariam despercebidos e sem nenhuma importância para notar o que se
esta no interior de algo, ou sendo especifico, de alguém. Sensação de poder não
ter nenhuma vergonha de mostrar-se como se é meus traços verdadeiros, sejam
eles positivos ou negativos, levam a ter uma sensação diferente do que tive nos
últimos tempos conturbados. Esta tempestade ao qual estava inserido se dissipa
quando me encontro tentando bolar meios de como fazer a extração e determinar
essa inesperada vontade de rever-te como se isto fosse fator máximo para eu puder
ter planos no presente ou no futuro. Necessito do teu olhar novamente, pois
quero voltar a ter as noites de sono como as de hoje.
Tua presença me atingiu como raio que desce do
céu e inesperadamente nos leva a um choque que nos prega e paralisa frente ao
todo da situação. Não tinha esta sensação há tanto tempo que talvez tenha
perdido o jeito e a forma de lidar com a sensação, embora ter alguém todo o
tempo grudado na minha cabeça é muito melhor do que estar apenas martelando pensamentos
sobre os meus problemas incômodos. Perdi a mão nesta coisa que chamam de
paixão, pois sabendo das vias que minha intensidade me leva ao dar esperança e
asas a emoções assim, acabava me perdendo nas desilusões melancólicas, sendo
alfinetado pelo saudosismo do “porque não eu”. Agora você é presença constante e
reconfortante, chegando a ser um paradoxo na tentativa de não pensar em ti me
remeter a você.
Mas que diabos isso afinal das contas, logo eu
macaco velho nestas coisas de sentir e já vacinado contra essas ansiedades das
paixonites, não tenho mais domínio e poder sobre a vontade de te ver.
Angustiado agora por não tenho meio preciso de outro contato, dependendo de
terceiros para ouvir novamente seu riso frouxo e aparentemente sincero perante
meus comentários extremamente canastrões naquele falatório tentando fazer troça
com qualquer coisa à volta. Fico sem meios de buscar caminhos de conseguir
entender se foi sensação reciproca esta que agora estou tendo, pois do teu lado
internamente estou aliviado e exteriorizo minha alegria nas anedotas dos contos
de bobo da corte que verbalizo.
Tenho lá meus pensamentos com os pés no chão
duelando com esse ar esperançoso que trouxestes. O realismo pessimista entra em
confronto com os sonhos suaves que tive na noite, fazendo a oposição suja e
rasteira, acarretada por lembranças de um passado claramente imperfeito e
negro. As ideias se contradizem fazendo as duvidas povoarem o ambiente e tentando
desconstruir qualquer desejo, já que nisso de aflição interna e de não ter em
alta conta a si mesmo devido à situação pessoal e tantos outros poréns e
restrições que faço a mim nestas andanças, faço terror e temor no que consiste
meu maior medo em todas as experiências vividas e amargamente falhas: não ser
novamente suficiente a alguém.
Nisso tudo pensado e exposto em palavras de
texto, já vou estruturando algo que nem mesmo sei como lidar ou a forma de
melhor abordar sobre você o principio das coisas assim meramente denotadas por
esta minha veia de trapalhão circense sincero. A única certeza é que no fundo
gostei de saber que alguém ainda consiga trazer-me a ingenuidade novamente em
sonhar com esperança num sentimento inesperado. Você pode ser mais uma causa
perdida nas minhas tolas crenças, mas deixe-me ter a ilusão de que entendas e
abraças o que sou em essência.
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