Parece sempre algo enraizado no me jeito de ser, estar
sempre envolvidos em causas, objetivos, metas, ou sonhos um tanto quanto
conflitantes entre si, mas de uma tensa e densa intensidade. Não por acaso, as
relações que acabo por construir no meu cotidiano são acompanhadas geralmente,
de quantidades colossais de porens, entretantos e emboras, aos quais acabo
tendo um envolvimento forte no que se refere ao que me cerca.
Ao envolver-me de forma pessoal, praticamente em aspectos
rotineiros do cotidiano, percebo detalhes e traços das pessoas, que na maioria
das vezes passam desapercebidos, aos quais a grande massa não toma nota,
deixando estes detalhes a margem, ignorando-os completamente frente ao que se
está mais evidente a nossa vista, deixando de lado as delicadas nuances, as
botando para escanteio.
Esquecer estes mínimos detalhes é um erro crasso que vamos
cometendo sempre, seja conosco ou com os outros. Os detalhes são os aspectos
que devemos dar a atenção das mais minuciosas, pois eles nos fazem entender os
reais motivos e origem do acontecimento das coisas. Entender as causas de como
elas chegaram ao ponto atual é peça-chave para compreendermos os porquês de
nossos atos e os meios que empreendemos para alçar os objetivos que traçamos.
Com a compreensão dos fatos e o seu esclarecimento, vamos
aliviando e limpando a cabeça das ideias mais turvas, e percebendo as causas
dos sentimentos que nos tomam o pensamento e o tempo. Vamos então percebendo
que o que sentimos é algo com uma certa lógica de raciocínio, seguindo uma
linha, embora na maioria dos casos sinuosa, ela é perfeitamente visível, tendo
uma forma pessoal para cada individuo.
Num primeiro momento, a lógica e a compreensão subitamente desaparecem
ao nos apaixonarmos, pois somos inundados por emoções que sobrepõem qualquer racionalidade
humana. Mas até mesmo a paixão e o amor tem suas razões, e estas estão nos
detalhes que foram deixados a margem, são estes os determinantes pela admiração
e apego que criamos por outro ser, nos embriagando apaixonadamente.
Nisso que reside a graça de estar apaixonado, formar
contradições irreais na paixão e no amor, pois ambas reprimem a racionalidade,
mas tem certa razão para acontecerem. Ao que me parece, amar é um
imenso paradoxo.
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