Entre todos os sentimentos, o de culpa sem duvida nenhuma,
está entre os mais corrosivos e causadores de conflitos internos pessoais. Ele
acomete-nos de um remorso tal que acaba gerando extensas preocupações em série,
formando uma truncada cadeia de problemas, lamentações, frustrações e colossais
decepções consigo mesmo, pelas ações que tomamos. Os atos que protagonizamos
estão no centro do sentimento de culpa, o motivo principal por ele vir à tona.
Geralmente, a culpa se apresenta porque as ações contradizem
nossas ideias aos quais teoricamente, temos como norte existencial. Vamos
fazendo então, o jogo da frase “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, em
que criamos uma contradição paradoxal entre o que somos e o que queremos ser,
consistindo num conflito ético extremamente pesaroso.
Outra grande sensação de culpa se deve a falta de capacidade
própria ou inércia em determinadas situações. Não ter ou não poder reagir de
maneira eficaz quando certas questões e aflições nos são impostas, viram um
fardo pesado em nosso psicológico, afetando diretamente os alicerces emocionais
aos quais estamos amparados. Um choque destes é de fato uma incomodação tão
evidente que cria inúmeras consequências negativas na rotina, sendo o desespero
e a desolação muito clara e as que mais deixamos transparecer.
Começa então a busca por respostas sobre a culpa que nos tomou,
procuramos as causas para os acontecimentos e desfechos, pelas ações
contraditórias que tivemos, com resultados trágicos e consequentemente
decepcionantes em nosso entendimento, não nos conformamos nem compreendemos a
principio de onde veio esta sensação de culpa.
A partir do momento em que temos noção da causa da culpa e
do remorso ser de nós mesmos, entra em jogo algo extremamente extenuante,
burocrático e de difícil conclusão, perdoar a si mesmo. Ser misericordioso
consigo é das mais árduas tarefas, pois a cobrança pessoal tende a ser muito
maior, pois somos rigorosos e esperamos mais de si na maioria dos casos,
resultados melhores, buscando e desejando sempre a própria perfeição na
execução das ações.
Nisso se reside a chave para se almejar um melhor entendimento
da culpa, buscar o auto perdão e assim, pacificar-se internamente e fazer a sua
parte, pois nunca teremos controle total sobre atos e concepções alheias.
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