Existe em uma certa região, um ser com determinadas características
humanoides. Vive próximo a uma cidade interiorana típica, mas nunca busca
contato pessoal com seus habitantes, pois fugindo do senso comum de que era a
normalidade das pessoas que temiam as diferenças do humanoide, era o sentimento
contrário que vigorava, ele ficava aterrorizado com a aproximação de um humano,
acha que o contato com os cidadãos do mundo civilizado pode causar seu fim
de modo trágico e sombrio. A causa deste terror que o contato com os homens o
causa, se explicava ao fato de que este “elo perdido” observou no modo de
como a humanidade se relaciona com o seu ambiente e como se trata mutuamente ao
longo dos tempos.
Este tipo hominídeo traçou paralelos das relações humanas,
fazendo ligações e tirando suas conclusões um pouco negativas sobre os homens.
Uma das primeiras observações do seu objeto de estudo foi o distanciamento cada
vez maior que os humanos foram tendo da sua natureza e como foram artificializando
suas vidas, supostamente em nome do avanço da ordem e progresso, tolamente
acreditavam que estavam evoluindo e metamorfoseando sua sociedade em algo
ideal. A crença dos pobres homens numa mecanização da vida através de processos
detalhados, robotizados e pré-determinados como uma linha de produção em série,
os jogou numa pobreza de sentidos, no acomodamento e conformação com a vigência
de um sistema viciado corrompido por manias e excessos.
Outra característica percebida foi à importância que estes
seres davam a personificação da imagem, o culto a uma determinada ideia preconcebida inconscientemente que a massa “critica” julgava como belo e
perfeito. A busca desenfreada por uma exatidão da beleza joga muitos a uma louca
e desenfreada corrida para um ideal estético ao qual se considera perfeito e único,
formando grupos de deuses visuais e demônios da aparência, e o que determinava
as pessoas em deus ou demônios é sempre a chamada opinião publica. E esta
opinião publica acaba sendo condicionada por aqueles que dominam os meios da comunicação
humana, que nosso hominídeo soube identificar como um clube para poucos que
controlavam as opiniões dos homens como estes guiavam o gado nos campos.
Mas a conclusão destas percepções que ele teve da humanidade
foi de fato como os humanos estão se tornando menos humanos, no sentido
emocional e psicológico da raça. Estão perdendo cada vez mais a importância ao
sentimento e emoções, o individualismo de causas e motivos tornam os homens
frios e distantes entre si, vai se burocratizando as relações pessoais de modo cínico
e meramente para obter-se alguma vantagem egoísta ou por motivos escuros.
Aquilo em que ele mais invejava nos humanos, a amizade e o amor, tende com o
passar das eras históricas, esvaírem-se em obstáculos para o avanço da chamada
modernidade e consumação de uma racionalidade plena e repressora dos
sentimentos.
Por fim, este elo perdido, mesmo temendo se relacionar com
os humanos, nutre certa simpatia por estes seres, por ter observado estes
aspectos da vida destes, acaba tendo pena do que os homens podem se tornar ao
final desta transformação e perda de certas características. Era interessante
debruçar suas atenções sobre a vivencia da humanidade, conseguiu através destas
observações pessoais lidar com seus próprios atos e ideias, e assim sendo,
aprendendo com os erros de outra forma de vida, evitando repetir as manias dos
mesmos no seu peculiar modo de vida.
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