Os que querem essa anestésica solução para um domínio
completo dos afetos se iludem através de planilhas, projeções, cálculos, dados
estatísticos analisados e frisados como sendo uma verdade absoluta e
irrefutável. Tolos tecnocratas que tentam a todo custo medir e provar pela
formula A+B que você irá premeditadamente tomar tal decisão apenas levando em
conta ação e reação de meramente físicas e biológicas, excluindo totalmente
destas suposições um tanto quanto contraditórias a variável que acompanha seus
desígnios desde sua formação enquanto animal sociável e suscetível à empatia
por seu semelhante: as emoções.
Os sentimentos nada mais são que todos os traços que
envolvem todas as vontades e desejos dos pensamentos da vida humana. O afeto é
um traço sentimentalista que molda o caráter peculiar a cada homem a partir do
sentir individual, é inútil tentar mensurar e dar formato único a algo que será
sempre diferente, mutável e em constante metamorfose que são as emoções, pois
cada indivíduo tem a sua ideia e noção do que sente. De fato, a razão empírica
de tudo que prezamos ao nos afetarmos a determinadas coisas é que ela é paradoxalmente irracional acima de tudo, pois seu principio consiste em ser
algo espontâneo, partindo de um pressuposto de caos criativo, que emerge e toma
conta dos nossos desejos mais sinceros e robustos.
Relações amorosas e de amizade, por exemplo, será sempre ao
fim de todos os processos de vida, o objetivo primordial das aspirações
humanas. A verdade que não suportamos a ideia de ficarmos desolados e entregues
a solidão, abatidos por não ter alcançado a plenitude e o conforto de poder
contar com a companhia e afetuosidade de seus iguais. Grande parte das
perturbações que afligem o psicológico humano deriva da sensação que muitos têm
de estarem imersos numa cápsula solitária, ficando presos nesta desconfortável
posição forçada, sendo então arrebatados pelo que muitos chamam de o demônio do
meio-dia: a depressão.
De Todas as formas disformes e das mais variadas
intensidades, sentir é o que nos torna singulares enquanto a concepção como ser
vivo. Sentir nada mais é que a noção diferenciada da busca por um norte na vida
e o propulsor que rege cada ato humano nos mínimos detalhes, é a razão de
afinal das contas, de buscar um sentido fazendo seu próprio rumo determinando o
objetivo individual e a compreensão das suas próprias vontades. De modo
consistente e sintomático, é o sentir que ira moldar toda nossa perspectiva e
senso critico sobre tudo que nos cerca.
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