Quantas vezes parecíamos estar distantes, por inúmeros motivos
dignos do cotidiano moribundo e tedioso de uma clássica e bucólica vida moderna.
Atrelados por outros eventos e fatos, cada um a sua maneira preso a compromissos
e promessas feitas a terceiros em causas de acasos um tanto quanto perecíveis,
simplesmente acomodados no conforto da situação. Nada mais característico de
nosso caráter temeroso e desconfiado sempre achar que as migalhas que nos jogam
são o suficiente para a necessidade de sobrevivência, de nossa índole de
martirizar-se e julgar-se insuficiente, apenas sobrevivemos sem jamais
vivenciar as coisas tal como são.
Com nossos medos e acomodação por fazer o papel de inferior
perante o meio, acho que estou perdendo meus tempos em favas contadas ficar
aqui apenas no mundo das ideias confabulando e idealizando como ingênuo sonhador.
Gostaria de dar asas as minhas teorias inventivas e ao menos uma única oportunidade,
sair deste marasmo paralisante e tomar uma atitude ou ação condizente com meus
pensamentos e vontades. Sou refém do meu silencio na maioria das vezes e réu
confesso por omissão dos anseios que já estão fartos de estarem reclusos e
ocultados por baixo do belo discurso e de uma faceta cansada saindo por ai
fantasiando anedotas para diversão alheia.
Nada do que esta acontecendo fica estática entre essas
coisas relacionadas ao amor e outras formas de revolução, embora nos dias de
hoje nada mais revolucionário do que
amar, em tempos de individualismo egocêntrico, afeição e empatia máxima por um semelhante
é tão raro quanto água potável no deserto do Saara. É um tempo tão longo
vivenciado, que a anedota referente ao “tão longe e tão perto” passa a fazer
sentido quando me pego pensando tolices sobre você e o resto dos tempos, após
longo prazo respeitando seus motivos por perseverar com algo tão diferente ao
que realmente a defina, minha paciência de monge talvez finalmente tenha sido
valida.
Eis que chega a hora dos dados serem jogados a mesa, tomar
uma atitude condizente com o momento propiciado. Volto a maquinar tramas e
estratégias de guerra, fazendo metáforas desastradas nessa comparação tão velha
quanto o próprio tempo, lema de manifestos desde os primórdios do homem-macaco
este aclamado “faça amor não faça a guerra”, embora muitas vezes o próprio amor
fosse uma guerra contra si mesmo e o objeto das vontades do mesmo. Portanto
estas táticas parecem mais movimentações em tabuleiro do que uma vivencia em
si, definindo isto em oportunidade do destino ou mera casualidade destas coincidências
incomuns do meio dos intensos.
Eis agora que tenho derradeiramente a obrigação (ou missão necessária)
de tentar ao menos uma comunicação subentendida do que guardei num sonho sem
perspectiva até então. Quero fazer algo sobre esse idealismo que faço sobre,
mas a cada conversa a realidade acaba tendo toques da utopia que formei, e nisso
tudo acabo perdendo a mão e já não sei mensurar o querer de poder. A situação
então traça um paralelo que acaba tangendo uma estranha união de sentimentos e
razões a principio opostas: seu momento de reclusão eu entendo perfeitamente,
mas o seu ser entende o meu de tira-la do seu transe de isolamento?
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