Percebi ultimamente diversas facetas do que se está
realmente dando valor pelas pessoas em geral. Fui observando como alguns se
comportam perante seu meio “social” e de convívio com o semelhante tendem a
viver somente a buscar aceitação em suas ações aos olhares de terceiros,
esquecendo-se completamente do seu real eu e o ocultando em meio a sorrisos
fingidos e uma momentânea sensação de ego massageado ao notar os olhares de
contentamento pelo papel que se esta encenando.
De fato é exatamente isso que se está fazendo, apenas encarnando uma ideia e a impressão de ser algo que não se é, puro teatro visando
convencer e conseguir inserção no meio de um determinado tipo de pessoas, e na
maioria das vezes estas não são seres com os quais conseguimos conviver
harmonicamente.
Esse teatro que vamos fazendo perante terceiros vai
derivando em diversos erros que aos poucos vamos cometendo conosco e com quem
realmente devemos dar atenção. Esquecemo-nos da razão e de certos princípios relativos
somente as nossas vontades e ideias, coisas ou maneiras de enxergar a vida
referente a mais profunda raiz de cada individuo. Ao tentar ser para os outros
o que não somos, vamos envenenando esta nossa raiz lentamente, até esgotar toda
vida que dela emanava matando o que somos verdadeiramente.
Outra consequência extremamente pesada é o conflito que
vamos criando dentro do psicológico e do emocional, fazendo um enredo complexo
e tão bem amarrado que para desatar os nós que nos prendem entre o personagem
que criamos e a nossa real essência vão batalhando pela mesma alma e corpo. Nossa
verdade interna vai se digladiando e sendo devorada aos poucos pelo que os
outros querem que sejamos, não importando o desenrolar do final desse processo
doloroso.
Notei também a fragilidade de se manter passivo frente aos
problemas dos outros, mesmo que forem uns completos estranhos a você. A
sensação de impotência quando me deparo com situações onde se está envolvido
principalmente sentimentos e emoções intensas por demais me afeta de tal modo
que acabo absorvendo a energia negativa emanada daquele conflito.
Fiquei me questionando tudo isso por uma sensação que nos
oprime a partir do momento que tomamos conhecimento de que somos humanos: O Medo. Ele nos impede de agir, reprime
nossos sentimentos, aterroriza a alma e paralisa qualquer reação a vários problemas.
Somos forçados assim a fazer varias coisas que não compactuamos nem que é o que
nos beneficia e acalenta os afetos.
Por fim o medo nos faz, graças as mais variadas pressões,
darmos muita importância ao materialismo desmerecendo a essência. Estamos
condenando e achando as pessoas que sentem as coisas afetivamente de modo
intenso como estranhas, desnecessárias e complicadas, quando de fato o
verdadeiro problema é evitar as intensidades de bons sentimentos. Tudo anda tão
distorcido que quem acaba sendo verdadeiro é punido com a indiferença e
afastamento.
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