Acomodado com os conceitos seus sobre o que considera certo,
George em determinadas ocasiões consegue ver brechas nos próprios ideais para
ter desculpas de que não está agindo de má-fé e ter assim digamos, álibi
preciso para cometer contravenções. Estava amparado na lei dos justos para ter
as atitudes que bem entendesse, sabendo atravessar perfeitamente os furos da própria
moral e assim obter salvo-conduto z agir levando em conta apenas o próprio prazer
e satisfação, no seu narcisismo egoísta semelhante a um vilão destes de
história em quadrinhos, como Lex Luthor (que poucos sabem, mas Espiridião Amin
faz cosplay deste personagem).
Destas questões de
ética comportamental e mental, o jovem a bem da verdade não se esmera muito com
as opiniões alheias condenando seus atos que levem a execração publica,
digamos, o tão conhecido das fofoqueiras de peitoral de janela, “ficar mal
falado”. Claro que acabe tendo até um pouco de egoísmo neste modo de encarar,
pois não eram apenas as fofocas que acabava não dando trela, mas sim as
opiniões e visões que os outros tinham sobre as coisas desta existência nossa
cheia de paradoxos. E como ele afirma:
- Dar muita importância a opinião dos outros e as respeitá-las
vão acabar fazendo de nós humanos, uma espécie de Sr Smithers dos Simpsons com
transtorno de personalidade dependente.
No fundo o grande temor de George era a própria reprovação
das ações tomadas nos assuntos de importância a seu viver, desde a dor no
coração de ter que comprar para a mãe algum livro do Paulo Coelho, até as
faltas cometidas contra os sentimentos de amigos e das “namoradinhas”, aquelas
que o tio Zé sempre perguntava no natal como estavam, depois é claro de fazer a
piada que todo tiozão de firma faz se é “pavê
ou pacumê?”.
Contradição assim se
estabelece no cotidiano do pobre excessivo pensador, fazendo a mente divagar
além dos jardins suspensos da Babilônia nos sonhos, ou Sodoma e Gomorra quando
tinha que lidar com os medos em seus pesadelos. Nestes conseguia perceber que
quando a hora das suas falhas vier a tona e cobrarem seu preço exigindo cortar
da própria carne o pagamento de tal tributo, ele mesmo não se perdoaria por ter
cometido atos de desatino, o levando a uma zona-fantasma sugando toda vida para
dentro de si.
Mas isto no contar
das horas apontadas pelo relógio acaba ficando em segundo plano dentro da
imperativa cabeça georgeana, já que esta é povoadamente ocupada no esforço de
entender a si mesmo, na tarefa de compreender o sentido da vida ou em porque de
cangurus só existirem na Austrália.
Nenhum comentário:
Postar um comentário