Sensações e sentimentos são vertentes da alma
humana em que ainda a ciência não vislumbrou alguma teoria para designar sua
origem e sua concepção no homem. Isto se deve por uma característica de ambas
que não permite uma analise óbvia e de resultado certo, pois emoções não são exata
muito menos eventualidade que possa ser prevista em uma linha de tempo, ou
medirmos seu peso e densidade numa balança de precisão. O sentir não foi feito
para mensurarmos valor ou causa, ele é fruto da incoerência dos desígnios,
vontade própria sem controle ou coordenação.
É inútil buscar causa ou motivo das maneiras e
do que se sente, não existe formula ou formato para dar a este. Sem encaixe
para as emoções ou nosso sentimentalismo, forçar os mesmos a entrar em ordem,
tentando impor disciplina a algo insubmisso a qualquer forma de poder ou
dominação é similar a tentativa de se apagar fogo com gasolina: quanto mais
tentamos controlar, maior é a força e tamanho que consegue alcançar. Todas
essas frustradas tentativas de suprimir um sentimento só geram a problemática
de desespero inconformado com o próprio querer.
O que se tira de conclusão sobre os inexplicáveis
ardores dos amores e suas vias de agir, o maior dos desatinos humanos. Sem ter
como descrever seu começo ou fim certo, é maneira de buscar refugio contra o
formalismo da razão pura, a forma mais imponente e pura de revoltar-se contra a
ordem instituída do frio tratamento dado ao sentimento, visto como fraqueza de caráter
moral neste mundo onde a posse do bem é mais bem quista que o bem em si. Essa
visão predominante da precificação de tudo e do todo e á ultima fronteira que mercado
e genética não ultrapassarão jamais: a criação de um amor tal como sentimos ou
sentiremos um dia.
Devaneio, utopia, sonho ou mero vislumbre são as formas do negativismo
realista tenta através dos preconceitos de taxar a emoção como tolice e ideal inatingível,
a engrenagem que acaba por girar os motores da maquina do Leviatã
individualista, monstro do narcisismo transformando com seu toque oposto ao de Midas:
se o rei em tudo que tocava transformava em ouro, tudo que o leviatã toca vira
cinzas de algo que já foi humano um dia.
Com vontade
própria e avessa a obedecer a ordens, deve deixar o amor ter seus próprios caminhos
criados a partir de suas vontades. Lutar e ir contra o querer do mesmo é
golpear com todas as forças ponta de faca, tentar seguir a maneira ineficiente
ao que se tornou senso comum na forma em que enxerga-se o mundo dos
sentimentos. Basta olharmos o inicio da palavra: SENTImento, feito para sentir
e viver, e não analise e julgamento dos seus desígnios e finalidade.
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