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Poesia

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Incerto a curto prazo

 Incertezas consomem agora o que relato entre as vias do viver, sem rota ou destino definido, sentido perdido nos pensamentos. A confusão vira rotina no cotidiano em meio a compromissos alheios aos quais acabo tendo obrigação por cumprir, nos excessos de outros acabo me ausentando de mim mesmo, gerando mais um filho desgarrado do eu profundo. O absoluto não é existência continua e eterna, o infinito por fim é mais uma variável ou probabilidade do que fato concreto, nisso tudo que digo e desconstruo, parece que acabo falando mais do sinto sobre você do que descrever minhas ideias de essência.

 O que passa agora comigo é sentimento indefinido é sem prognóstico em curto prazo, forma densa, porém de material desconhecido necessitando de molde com cuidado e zelo. Sensação imperativa me toma de assalto, tenho agora uma emoção com tamanho e peso sentido com magnitude, mas não consigo buscar seu interior e deixar exposto a mim e ao resto o que é. Eu que não sou de meios termos nestas coisas de essência do sentir, me torturo na ansiedade de aguardar um desfecho sobre o que sinto, vou sendo a contradição dos próprios ideais e ponto de vista, me restando apenas sentar no muro e aguardar se ele resiste a suas marretadas ou quebra pela força de sua vontade e desejo.

 O tempo parece ser consumido por tédios oscilantes e irritações constantes ao abrir os olhos no acordar, pois o despertar separa meus devaneios contigo aos quais me perco na diversão da origem das coisas. Meu lado irônico e áspero virou parte dos afazeres de um verão de incomodo calor e suada monotonia, sem ter com quem compartilhar minhas tragédias cômicas nos dias de procrastinação, desconto a melancolia da sua falta na morbidez do meu humor negro e imbecil.  E por isso acabo entrando num ciclo vicioso da personalidade, na sua distancia não tenho modos de ser o que sou ao fim dos atos.

 Como mera formalidade tudo acaba se tornando processo burocrático no agir, saudosismo repleto de arrependimento ao tardar as vontades intensas e não ter neste instante um modo de volta as origens do tempo para aproveitar o que aparentemente temi viver e arrependo-me do estado de imobilidade antes da partida. Mania adquirida de omitir o querer, de raiz calejada nas mazelas antigas de frustrações e dores de parto das paixões abortadas, nestes casos dos meus acasos tornei-me produto do meu medo. Marcas adquiridas pelos temores de outrora ainda me custam um preço alto, por mais força que faço, a momentos que a paralisia trava meus passos e me joga ao chão.

Gostaria de prometer as mais sinceras juras sobre nós e o resto dos dias que por fim virão, mas como navegantes marítimos do século XV, nossa viagem não tem rumo definido nem objetivo certo.

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