E o tempo foi
passando nos idos de um ano indissociável dos termos de uma pacificação contundente
e necessária do agir. Ocasionalmente voltar-se para o interior de si mesmo e
nele, buscar as medidas para o aprendizado sobre conseguir tolerar e apaziguar
o que se é todo o agir característico enquanto ser na individualidade da
personalidade. Processo com caminho tortuoso e áspero, já que muito antes de se
buscar a paciência consigo mesmo tentamos entender o que jamais entenderemos de
fato ou atingir sua exata compreensão: a real noção do próprio ser.
Sou inconclusivo nas intensidades e em certas
responsabilidades e minhas linhas de conduta convergem ao oposto de uma
maquina, não tenho nenhuma programação definida que me faça agir de acordo com
o que estava pré-determinado. Mesmo que meu proceder acabe sendo limitado nas
amarras do vicioso sistema regulatório das obrigações consigo e com os semelhantes
alheios alienados e alienadores, de algum modo nestas aflições do desajuste as
regulações do que acabam por me entregar, é a expansão na tentativa da
criatividade num desatino de pensamento a fonte da existência do sentir incompreensível.
Não faz muito tempo
ouvi certa ideia sobre a ideia de ser livre e a noção para a liberdade, por
assim dizer. A ideia era de que estando preso a algemas, ao buscar afrouxar a
sua força no interior desse aprisionamento, se da vazão a nossa liberdade e
assim criar a partir desse espaço que mesmo limitado, a possibilidade para
inovar e construir algo novo e contrario ao que nos deixa acorrentados. Existe
claro a opção de estar livre totalmente de qualquer apego a algo ou ideal, mas ai
acaba-se sendo ironicamente trancafiados na cela das ausências de significados,
se está totalmente libertado, mas libertado do que e sobre o que? Então se
acaba na mesma angustia da tentativa do auto entendimento: é adentrar no campo
das divagações angustiantes.
Com o passar dos
momentos, é em lições tiradas sobre o que não fazer e por onde não cometer
falhas, esta noção de que se deve agir de tal forma e de acabar sendo empreendedor
na empreitada coberto de glórias e das vaidades do sucesso, o pecado que
corrompe de dentro para fora o indecifrável quem somos. Nesse enredo cheio de nós e desencontros remoídos
em velhos desgostos e magoas de outrora, ancoradas na tradicional insegurança
rancorosa contra si mesmo, percebo que contemplar minhas necessidades simples e
reconfortantes é não se perder nas medidas do exagero da procura nas utopias
tresloucadas de um egoísmo narcisista.
Por fim agora já se está posto a referencia as quais devo
apreciar por hora enquanto emocional e psicológico de sentimentos imprevistos e
diversos. O excesso de se buscar eternamente o lugar dentre o maior dos maiores
vira lugar comum e meta de um vazio desmedido. Nunca se saciar e sempre visar
estar acima de todas as coisas na posição de um deus nos mandos e desmandos o
estopim das tormentas, o delírio da grandeza de tentar-se apoderar do controle
total das coisas é a mascara para fugir do que estabiliza no todo: ser o que se
é para si e para o semelhante.
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