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Poesia

sábado, 14 de dezembro de 2013

Pacificação

 E o tempo foi passando nos idos de um ano indissociável dos termos de uma pacificação contundente e necessária do agir. Ocasionalmente voltar-se para o interior de si mesmo e nele, buscar as medidas para o aprendizado sobre conseguir tolerar e apaziguar o que se é todo o agir característico enquanto ser na individualidade da personalidade. Processo com caminho tortuoso e áspero, já que muito antes de se buscar a paciência consigo mesmo tentamos entender o que jamais entenderemos de fato ou atingir sua exata compreensão: a real noção do próprio ser.

  Sou inconclusivo nas intensidades e em certas responsabilidades e minhas linhas de conduta convergem ao oposto de uma maquina, não tenho nenhuma programação definida que me faça agir de acordo com o que estava pré-determinado. Mesmo que meu proceder acabe sendo limitado nas amarras do vicioso sistema regulatório das obrigações consigo e com os semelhantes alheios alienados e alienadores, de algum modo nestas aflições do desajuste as regulações do que acabam por me entregar, é a expansão na tentativa da criatividade num desatino de pensamento a fonte da existência do sentir incompreensível.

 Não faz muito tempo ouvi certa ideia sobre a ideia de ser livre e a noção para a liberdade, por assim dizer. A ideia era de que estando preso a algemas, ao buscar afrouxar a sua força no interior desse aprisionamento, se da vazão a nossa liberdade e assim criar a partir desse espaço que mesmo limitado, a possibilidade para inovar e construir algo novo e contrario ao que nos deixa acorrentados. Existe claro a opção de estar livre totalmente de qualquer apego a algo ou ideal, mas ai acaba-se sendo ironicamente trancafiados na cela das ausências de significados, se está totalmente libertado, mas libertado do que e sobre o que? Então se acaba na mesma angustia da tentativa do auto entendimento: é adentrar no campo das divagações angustiantes.

 Com o passar dos momentos, é em lições tiradas sobre o que não fazer e por onde não cometer falhas, esta noção de que se deve agir de tal forma e de acabar sendo empreendedor na empreitada coberto de glórias e das vaidades do sucesso, o pecado que corrompe de dentro para fora o indecifrável quem somos.  Nesse enredo cheio de nós e desencontros remoídos em velhos desgostos e magoas de outrora, ancoradas na tradicional insegurança rancorosa contra si mesmo, percebo que contemplar minhas necessidades simples e reconfortantes é não se perder nas medidas do exagero da procura nas utopias tresloucadas de um egoísmo narcisista.


 Por fim agora já se está posto a referencia as quais devo apreciar por hora enquanto emocional e psicológico de sentimentos imprevistos e diversos. O excesso de se buscar eternamente o lugar dentre o maior dos maiores vira lugar comum e meta de um vazio desmedido. Nunca se saciar e sempre visar estar acima de todas as coisas na posição de um deus nos mandos e desmandos o estopim das tormentas, o delírio da grandeza de tentar-se apoderar do controle total das coisas é a mascara para fugir do que estabiliza no todo: ser o que se é para si e para o semelhante.

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