Ensaios

Crônicas de George

Poesia

domingo, 17 de junho de 2012

Expectando


O fato é que estou evitando ao máximo a expectativa para tudo, o processo de auto-ilusão é, mais uma soma no processo de destruição de si. A rotineira idealização de algo vai se tornando um martírio silencioso, discreto e tênue, a tal ponto que não percebemos o exagero da expectativa que geramos a partir de um evento qualquer que estamos esperando que ocorra. Vamos criando uma concepção do que pode ocorrer como algo belo, sereno, utópico em sua essência, na ingenuidade do pensamento humano que expande esta concepção de que algo grandioso e certo nos espera.
 Talvez o maior problema não seja a expectativa criada, mas a ansiedade nefasta que ela gera. A ansiedade por si só acaba causando uma série de transtornos físicos, emocionais e mentais, colaborando para os problemas que a criação de expectativas e uma possível decepção nos acarretam, pois age de tal forma que perdemos o controle sobre a situação invariavelmente. Acabamos perdendo todo o bom senso, a atenção e concentração nesse processo, das mais diversas formas, em coisas corriqueiras como esquecer o leite no fogo ou queimar a panela de pipoca, já que esta expectativa toma todo nosso pensamento e nos bota em tal estado de desatino que não nos tocamos do que esta acontecendo a nosso redor. Perdendo o fio da meada do dia-a-dia, o a que esta acontecendo parece não ser relevante ou ter importância devido à expectativa que criamos para ao que ira ocorrer. Em Suma, a expectativa é perigosa, uma bomba relógio que precisa ser exatamente bem desarmada para não explodir e levar tudo que foi construído e gerado a se tornar poeira ao vento. È fundamental para ter um retorno sadio da expectativa que ela não seja uma idealização utópica, um sonho criado em um mundo totalmente surreal em que tudo ira ocorrer as mil maravilhas, como se sua vida tivesse sido escrita por Walt Disney. Mas a questão é de que forma podemos evitar esta expectativa exagerado.
 Não se tem uma receita de bolo para isso, nem em um manual de 5 passos que podemos comprar na saraiva em edição de bolso, esta pergunta varia de caso a caso, mas em todos eles é preciso fundamentalmente para isso ter os pés no chão, ou seja, um choque de realidade e pensamento racional. Claro que não podemos ser realistas em excesso para não nos tornarmos uns pessimistas chatos e tediantes, mas certas coisas são tão óbvias se agirmos racionalmente, que se acabarmos por analisar o fato de fora, vamos achar o excesso de expectativa ridículo e digno de risos, pois percebemos como estamos agindo tolamente. Claro que não podemos racionalizar tudo, para não nos tornarmos secos e tacanhos demais, mas pensar bem antes de formular idéias, ter mais consciência do que pode e deve ocorrer é necessário para evitarmos uma grande decepção devido a expectativa gerada.




“O Pensamento em si é tão forte e fluente, que nos torna escravo da idéia que ele concebe, nos encerrando reclusos e reféns ad eternum”

domingo, 3 de junho de 2012

As Velhas Medidas


Oras nada mais nada menos, é curioso perceber como as coisas sempre se repetem de certa forma e se tornam congruentes em determinado ponto da vida. Basta ver que todos nossos relacionamentos vão ter vários pontos paralelos e similares, o mais espantoso ainda é que são fatos que se repetem inconscientemente sem nos darmos conta que estamos por fazer, praticar e bestificar os mesmos atos falhos.
Tornamos-nos escravos do ciclo destrutivo dos erros perversos do nosso emocional podre e tolo, nos envolvendo numa trama que o final será o mesmo: arrependimento, frustração dor e o velho sentimento de perda irrefutável do objeto de nosso amor louco e irracional. De certa forma somos reféns do ciclo de erros, esses erros não são pontuais, e tão problemáticos para enxergarmos, mas são erros ínfimos, que acabam fazendo se sentir sob efeitos cascata, como bola de neve vai se avolumando e viram uma avalanche sucessiva de cagadas que quando percebemos o relacionamento já esta em ruína e em franca decomposição.
O Sentimento de culpa por isso é um fardo extremamente cansativo de se carregar por estes errinhos, pois por eles serem de pequeno porte, fica claro que poderiam ser tranquilamente evitados, contornados e resolvidos apensas com uma leve mudança de comportamento, de auto-avaliação e de compreensão mutua. Parar pra pensar nisso chega a doer e traz o velho sentimento a tona, querer voltar atrás se torna uma obsessão, mas mascara apenas o fim sem volta, nos deixando apenas a utopia do sonho de que tudo vai voltar a ser como antes, mas infelizmente certas coisas jamais terão uma segunda chance( apesar de que isso vai de pessoa para pessoa, só que as intensas Jamais recuam ou voltam atrás), o orgulho vai sempre falar mais alto nestes casos, por mais que o sentimento seja recíproco, o egoísmo humano não suporta reconhecer o erro e dar o passo atrás.
 Este Impasse acaba se resolvendo apenas de uma forma e é bem óbvia; aprenda com o passado, não tente esquecê-lo, pois assim nunca se aprenderá onde estão as falhas, desvios, erros e virtudes que temos, e que podemos consertar à medida que o tempo flui, se tornando uma etapa de aprendizado extremamente importante no ponto de vista do crescimento emocional próprio. Quem esquece o passado jamais vai entender os motivos para que o presente esteja da forma que é.



“esquecer o que passou não é libertador, é negar sua existência e caminho que se trilhou, que por mais funesto que foi ele é seu e o que te trouxe até estes confins”

terça-feira, 29 de maio de 2012

Das Coisas Que São



  Bem, certos fatos não mudam realmente, aquele velho paradigma de que a história sempre se repete está virando um melancólico e exasperoso fato para mim e o que me anda cercando ultimamente. Vão se repetindo as mesmas estruturas de angustias e lamentos, a uma conjuntura equivalente, apenas mudando os agentes e o principal ser que infesta e me tortura com sua simples presença, seja espiritual, física ou de uma bolinha verde no maldito facebook.
É de se espantar como acabo engrandecendo um sentimento de tal forma, que ele acaba se tornando único, incomensurável, titânico e inabalável. O problema disso é que este sentimento por vezes é como um câncer, que acaba consumindo e esgotando o portador do mesmo de tal forma que não é de se imaginar que muitos que acabam ficando numa situação similar, acabem definhando aos poucos, perdendo um pouco de si e de certos traços na própria personalidade que somem devido ao choque e da estarrecedora complicação e perturbadora constatação de que as coisas não vão voltar ao que eram, ou algo pior, uma ilusão de que as coisas podem ser consertadas e de um final feliz (aqueles típicos de filmes mela-cueca de adolescentes).
 Estas peças vão se juntando, formando um belíssimo quebra-cabeça explosivo, em que sentimentos, emoções, irracionalidade e angustia se juntam para dar forma ao que mais tememos e evitamos a constatação de que o FIM É UMA CERTEZA, aquilo que você viveu se perdeu no passado, sem voltas ou sobrevida, se tornou apenas uma parca e sádica lembrança de algo que pode ter valido a pena no passado, mas que no presente é uma caixa de pandora de desgaste emocional, e com certeza sem futuro algum na soma dos fatores.
Infelizmente por mais que tentamos agir no caminho da racionalidade, sentimentos como o amor nunca chegaram a este mundo onde 1+1=2, é algo metafísico, tendo seu próprio mundo onde leis universais não se aplicam de nenhuma forma, não existem leis no mundo do amor, determinações, jurisdições não existem por simplesmente não poder aplicar qualquer destes conceitos a este mundo do amor.
O que se pode e deve-se fazer nestes casos é tentar buscar de alguma forma, algo que supra esta ausência de que um amor incomensurável não tem volta, é buscar outro semelhante e mais forte, e que seja correspondido na mesma intensidade, não se tem outra forma para curar um sentimento tão forte do que algo equivalente. Se existe outra formula para resolver este sofrimento, a desconheço e receio que não deva existir.

“ se soubessem da grandiosidade do meu amor por ti, ele seria suficiente para gerar a compaixão aos olhos dos propagadores de injustiça e o choro por clemência dos déspotas”

sábado, 7 de abril de 2012

Novamente

Nada mais surpreendente, afinal o que seria de fato novo no sofrimento que já perdura a dois anos inconstantes, com raras ocasiões de refugio dele e de um fio de esperança que não passou de apenas quatro meses que no fim se mostrou outra pontada de tristeza funesta e corrosiva. Fui levado ao atual estado por uma série de fatores que consigo acarretaram em tormentos que nunca poderia ter previsto ter na condição de ser humano racional e cético que sou jamais fui um grande “crente” em sentimentos que vão alem da lógica e que perdurassem eternamente, forte o suficiente para levar um homem a beira do abismo da insanidade. Mas assim como o fogo no mato seco, esse sentimento se tornou incontrolável, desde já não recomendo e acho que nenhum ser humano deveria suportar um fardo tão terrível e sádico quanto um amor dessa dimensão sendo jogado ao vento pelo ser receptor desse sentimento. Não posso culpar ela por não sentir nada por mim, nem mais uma única centelha de carinho, admiração, pois não temos controle sobre nosso emocional (creio que se tivéssemos esse poder,  a vida acabaria sendo de uma morosidade e tédio sem precedentes) e ela acabara aprendendo de certa forma que isso  poderá ocorrer com ela também, pois ninguém é isento de amor, por mais maligno ou funesta essa pessoa seja.
O tempo acaba passando, ele sempre será o amortecedor das emoções, mas ele não age como um solvente, que acaba retirando os resíduos, ele apenas faz com que as a emoção fique opaca durante certo tempo, imperceptível até de supetão, ela ressurge dos escombros do tempo, como uma avalanche de tormentos repetitivos e aterradores, os velhos medos e decepções voltam a tona, no turbilhão de sentimentos que afloram nos momentos de crise, na hora em que a ansiedade chega e toma conta da mente de tal forma, que é perfeitamente compreensível que fiquemos mais sensíveis e frágeis para que este sentimento volte com toda sua força e com um poder destrutivo maior do que foi no começo de tudo, em sua origem. Nada a principio parece deter ele, de fato esse amor quer por que quer vingar, quer ser real de novo, viver de novo a velha intensidade da loucura que acabou fissurando meus pensamentos nas diversas idéias de uma vida baseada em passar os dias com a pessoa declamada e requerida por ele.
Mas Agora o sentimento virou um fardo, um peso que não gosto nenhum pouco de carregar, me consome energia de tal forma que anda atrapalhando minhas ações e parou a forma de como eu encarava a vida com simplicidade e tranqüilidade, acabei trocando isso por ansiedade, inquietação e medo de não viver o amanhã, isso torna tudo mais difícil do que pode ser mina nossa auto-estima, destrói nossa vontade a tiros de baioneta. O que estou fazendo agora e conseguir uma forma de aprender a conviver com esse sentimento, sem que ele me torne um amargurado, já não posso evitar que ele exista, mas sim que consiga passar os dias sem que ele se torne um estopim para eternas crises psicológicas e tormentas emocionais, quase causando um dia de fúria só ao acordar para ir ao trabalho. Não vai ser nada fácil essa nova etapa, mas ei de prosperar nesse novo tempo e vencer esse sentimento, mesmo existindo, conseguirei criar outro mais forte que ele, é nisso que acredito. Como diria Charles Bukowski, “o amor é um cão dos diabos”.