Como as voltas repetitivas, volta a pairar o aspecto sombrio
que temo diariamente, eventuais anseios singulares, porem comuns a aqueles de
trato mais difícil: o temor sobre a loucura, uma especificamente, a
esquizofrenia emocional. Claro que tecnicamente
e do ponto de vista cientifico esta loucura não exista, mas denomino pejorativamente
assim, de esquizofrenia, meus arroubos um tanto quanto insanos e
incompreensíveis sob uma analise racional, julgando sob o ponto de vista de que
o que sinto não seja algo real, mas uma bela e estonteante miragem. Em sua
essência, ela se forma a principio de delírios e devaneios intermitentes do
nosso subconsciente, desejos até então ocultos e confidenciados dentro de si,
envoltos em nossa carapaça de autodefesa e que logicamente, esta ali para
evitar feridas e chagas, que acabam sendo expostas quando esta armadura fica
exposta a um período longo de ataques orquestrados por emoções poderosas e com
um peso esmagador sobre a mente e coração humano, já fragilizado.
Aos Poucos, vamos perdendo a lucidez dos próprios passos e
ações, caindo em velhas retóricas ao qual julgávamos até então, impensáveis que
iriam acarretar sobre si mesmo, vamos negando no começo sintomaticamente o que
está ocorrendo, quase um ceticismo inicial, mas isso acaba sendo quebrado com
extrema facilidade perante o julgo de um sentimento que vai criando força,
aumentado de tamanho de uma forma tão intensa e rápida, que somos engolfados em
um estado de espirito aparentemente de êxtase puro e surreal, quase divino.
Imaginamos coisas, pensamos ingenuamente em atos, realizações e feitos para se
alcançar como um objetivo mais honrado, a coisa certa a se fazer, não
importando o que isto a principio, possa pedir como sacrifico na
contraproposta. Talvez o melhor exemplo dessa esquizofrenia totalmente
emocional, seja o personagem Dom Quixote de La Mancha, que acaba alucinando em
nome da idealização e santificação de sua amada Dulcinéia. Entretanto podemos
fazer uma comparação, em que Sancho Pancha seria a tentativa da racionalidade,
ou uma ponta dela, no pensamento e ação de do Dom Quixote.
Embora alguns apontem a loucura de certa forma, como uma
realidade além da nossa, como Platão discorreu: “os loucos são aqueles que
conseguiram, de alguma forma, se libertar do mundo das sombras”. Outros gostam
de evidenciar a genialidade na loucura, e é fácil relacionar a loucura com
genialidade e amor, ambos parecem andar lado a lado, numa sincronia disforme,
inebriante e extremamente complexa, que se fundem e se confundem em uma medida
latente. Por hora, considero que mesmo sob estes aspectos negativos de perda de
lucidez e racionalidade perante a esquizofrenia emocional, não a tendo,
negaremos nossa natureza e nossa condição: de Humanos.
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