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Poesia

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Jennifer Não Entendeu Seu Oscar. E Você Também



Vendo, ouvindo e lendo a repercussão sobre o Oscar de melhor atriz, muitos não concordaram com a premiação da atriz Jennifer Lawrence, que ficou com a estatueta dourada, pois acharam injusto a atriz ter sido condecorada com a honraria máxima do cinema, já que ela teve a sinceridade de declarar não ter entendido bem o papel que a levou ao premio. Jennifer não deve ter entendido porque ganhou o Oscar, e quem a criticou menos ainda.

A personagem vivida pela atriz é de tal complexidade psicológica que ouso dizer que pouquíssimas atrizes veteranas e consagradas conseguiriam incorpora-la em sua essência. O premio foi merecido, pois acima de tudo, a jovem (junto com seu par romântico no filme, Bradley Cooper) fez vir à luz o drama vivido por pessoas com transtornos de ansiedade, que acabaram gerando surtos psico-neurológicos. Ambos retrataram com exatidão os problemas e dificuldades de pessoas recém-saídas de surtos deste tipo ao voltarem para a vida normal. A dimensão do quanto é difícil para pessoas acometidas por essa enfermidade para se readequar a rotina é evidenciada no filme pela atuação dos atores. Terapias, o uso de remédios controlados, medo e duvida sobre o dia a dia, além é claro da vergonha e preconceito que a maioria das pessoas tem sobre este tipo de doença, deixam quem surtou em tal estado de fragilidade emocional e psicológica, que a volta ao convívio social tonra-se uma tarefa mais árdua ainda.

Conseguir superar a chacota, a falta de informação e o preconceito dos outros e de si mesmo. Passar por cima de tudo isso só é possível como foi retratado no filme, com compreensão, paciência, dedicação, tolerância, afeto, bem como estreitar ainda mais os laços familiares e de amizade com quem nos cerca, crucial para uma volta da vida aos eixos. A sensação de solidão que acomete alguém que acaba de passar por um surto destes é muito forte. Ele se sente acuado, desprovido de afeto, atenção, como se estivesse aprisionado numa redoma vazia, indiferente, acorrentado no preconceito alheio e com vergonha de sua situação. A atuação de Jennifer deixa clara o quanto pessoas com transtornos deste tipo precisam de alguém que consiga compreender suas aflições, angustias e temores.

Acometidos pelo surto acabam se sentindo inválidos, pois temem acima de tudo, que acabem se afastando dele por vergonha e o acabem rejeitando, tratando-o como um “louco varrido”, um “demente” e evitem criar qualquer vinculo emocional com ele. A atuação brilhante que a triz teve pode ter trago a tona e forçar a sociedade como um todo a ver com outros olhos este tipo de doença, não trata-la como “frescura” ou indiferença. Deve-se ter mais cuidado e olhar com outra profundidade sobre o porquê a atriz ganhou o Oscar, e olhar além apenas da atuação como artista em si, mas a mudança que ela possa ter sobre como devemos tratar as pessoas que sofrem deste mal.

Quem julga pessoas com esse problema de loucos, sempre me lembro de Platão, que dizia que os loucos são julgados como tal, porque na verdade tem sensibilidade maior para enxergar além do mundo físico.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

No Vão Das Escolhas



Nos vãos de escolhas, se apresentam certas situações que por vezes nos forçam a escolher trilhar certos caminhos e assim deixarmos para trás outras opções e momentos possivelmente inenarráveis.  Decisões tomadas assim acabam se tornando optar por abandonar certas coisas que se também almejava tanto quanto. Quaisquer medidas tomadas irão gerar certas duvidas por algum tempo, pois afinal, acabamos por nos perguntar se fizemos realmente o que devia ter sido executado por nossas forças em alcance.

Vamos então medindo os pesos destas escolhas geralmente truncadas e enveredadas por ações, reações e ocasiões pelas quais nos vemos encarregados de suportar as consequências geradas pelo ato que iniciamos e a via ao qual movimentamos e damos asas em que vamos concebendo ideias, emoções, pensamentos, amores, amizades, conflitos e acordos de cessar-fogo sempre envoltos em tênues linhas frágeis de paz, forçada por acasos nada confortáveis, acarretados por experiências adquiridas pelas decisões e o que acabamos por vivenciar graças a elas.

Por menor e singela que certas escolhas possam aparentar serem, elas irão a algum momento gerar um resultado de importância colossal em determinado ponto de nossa própria curva pessoal, fazendo com que percebemos a imensidão de atos geridos por nossos esforços, seja lá o motivo que nos fez agir em certa medida naquela exata ocasião. Iremos ao final de todo o processo, pesar as suas consequências, sejam elas funestas, quiméricas, imprecisas ou virtuosas, serão estas consequências que determinam a nossa evolução pessoal acerca do que nos rodeia e faz parte de nosso sistema um tanto quanto contraditório e paradoxalmente singular.

Vamos percebendo certos aspectos especiais em todo esse desenrolar das escolhas que somente fazem sentido para nós mesmos, num movimento único, delineando toda nossa forma de sentir e viver a nuance do presente, afetando toda a formação pessoal de caráter, sentimental e dos aspectos em que idealizamos e sonhamos com os objetivos e metas traçadas, que tentamos almejar da forma naquelas em que escolhemos através das ações e atos. Por assim dizer, elas são as determinantes vitais no processo que irá acarretar em que nos tornaremos e em nosso comportamento frente ao meio em que estamos inseridos.

De fato, o controle sobre estas emoções e ideias se torna essencial para podermos ao menos, tolerar a si mesmo e tentar compreender o outro lado da via e o que o semelhante sente quando está na mesma situação, em que se vê obrigado a decidir sobre o que deve fazer sobre determinado assunto ou tema, ainda que controverso. Porque ainda que se tente de varias formas optar pelo melhor, certas paixões deixadas à margem tiveram a mesma magnitude da qual acabamos por nos agarrar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Por Onde Começar



Em que pese o acumulo de conflitos, não consigo controlar pensamentos acerca de qualquer ideia que me remeta a você. Seja aquela musica de fundo, ou um cabelo esvoaçante de uma desconhecida andando pela rua, tua figura se agiganta a cada esquina cruzada por meus passos trôpegos e incertos, por vãos e vias vou me esgueirando procurando formas de submeter aos meus quiméricos sonhos teus lábios doces, aos quais me elevam a ardores profundos e intensos.

Vou te querendo sem saber por onde começar, nem por meios ou fins que acarretara a vastidão do encontro das almas aflitas e inconstantemente ansiosas. Neste jogo ao qual nós unicamente brindamos, acomete-me nada mais do que poder prestar-lhe toda a minha singela entrega e dedicação, a ilustre ideia de nutrires por mim um mínimo de amor já me contenta descontentemente, pois o mínimo é apenas uma doce prova do que tendo a querer mais e mais, é um excesso do qual quero sempre cometer, uma gula viciante e envolvente, dominando toda a construção de uma rotina, tornando-se a mais vibrante das sensações metafisicas.

A aflição que tenho toda vez que uma barreira nos impede de conjugarmos o mesmo espaço e o calor dos corpos é um fardo que vou lidando com espasmos desconfortantes e apertos fortes, ao redor de cada suspiro profundo que tenho em que se tornam mais frequentes com o passar do tempo, arrematam com tal profundidade minhas ideias sobre tudo o que sinto, penso, necessito uma constante e revolucionária evolução pessoal, uma roda da fortuna que gira sem um ritmo certo, apenas passando e me levando ao prazer de amar-te.

Ainda que por contrastes e casos dos acasos, atualmente imprevistos e portentosos infortúnios me impedem de estar por completo me deleitando de seu raro ser, com a escrita vou aliviando todo o fardo que carrego por ter este amor embarreirado por muralhas aos quais estou me aventurando a derrubar e tomar de assalto, com minha tropa munida das mais poderosas forças que os homens possam usar: palavras, sentimentos e ideias das mais honestas e de tal intensidade que acredito, irão conquistar a fortaleza de suas entranhas, inquietando todo seu ser.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Lutar É Dever



Vou pensando nas formas e em que meios aos quais possa usar na luta por seus braços ardorosos, tão calorosos quanto à luz do sol de verão. Aos poucos, vou armando-me não de espadas, lanças ou bala clavas, mas sim com as duas mais potentes armas que ou ser humano tem sob seu controle, palavras e gestos. São estas que usarei nesta batalha voraz e intensa sobre seu coração, mente e corpo, não me importando o quanto ela dure, não existe outro forma pela qual eu deva me retirar do teatro de guerra, a vitória ou a morte selarão meu destino.

Em meio a tantas informações e trocas de sinceras revelações acerva de aflições, confusões, tormentos e anseios, fui-me enveredando em cada palavra deferida por seus lábios rubros adoçam meus ouvidos e acalentam minha alma aflita, e embora eu relute racionalmente em ter ficado tão evidente minha exposição aos seus caprichos, é um perigoso sonho em que insisto em alimentar, num suave balançar da fragata em meio a tempestade.

Talvez a injustiça que o arquiteto do universo possa me pregar, ao revelar-te e oferecer sua presença, e depois sadicamente postar empecilhos no caminho que me leva até você um jogo vil e de tal infeliz tragédia, que me custa acreditar em algo deste porte, seria uma terrível chaga em que o criador abriria em mim, uma punição por estar apenas buscando amar-te de tal maneira, num raro destino de fortuna e virtude.

Não existe um culpado por essa situação, nem um réu , juiz ou vitima, apenas nos tornamos cavalheiros errantes lutando pela glória e a honra de contemplar sua face pela eternidade, e conquistar seu corpo, sua alma e sua mente, numa especíe de trindade divina de bem-querera forma mais sublime ao qual posso alcançar a ponta do resquício de divindade que os deuses nos deixaram, a infinidade de um amor voraz.

Assim acabo terminando a apresentação das armas, não importo de sucumbir mortalmente frente a sua vontade final, as escamurças que estou tendo comigo mesmo e meus pensamentos visam somente ao sonho de para mim conquistar a ferro e fogo seu amor, mostra-lhe de uma forma algo que faça seus sentimentos penderem para o lado de cá da muralha, ao qual com imensop prazer deponho minhas armas e baixo as pontes da minha fortaleza para apenas que sua presença se concentre dentro dela.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

E A Culpa



Entre todos os sentimentos, o de culpa sem duvida nenhuma, está entre os mais corrosivos e causadores de conflitos internos pessoais. Ele acomete-nos de um remorso tal que acaba gerando extensas preocupações em série, formando uma truncada cadeia de problemas, lamentações, frustrações e colossais decepções consigo mesmo, pelas ações que tomamos. Os atos que protagonizamos estão no centro do sentimento de culpa, o motivo principal por ele vir à tona.

Geralmente, a culpa se apresenta porque as ações contradizem nossas ideias aos quais teoricamente, temos como norte existencial. Vamos fazendo então, o jogo da frase “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, em que criamos uma contradição paradoxal entre o que somos e o que queremos ser, consistindo num conflito ético extremamente pesaroso.

Outra grande sensação de culpa se deve a falta de capacidade própria ou inércia em determinadas situações. Não ter ou não poder reagir de maneira eficaz quando certas questões e aflições nos são impostas, viram um fardo pesado em nosso psicológico, afetando diretamente os alicerces emocionais aos quais estamos amparados. Um choque destes é de fato uma incomodação tão evidente que cria inúmeras consequências negativas na rotina, sendo o desespero e a desolação muito clara e as que mais deixamos transparecer.

Começa então a busca por respostas sobre a culpa que nos tomou, procuramos as causas para os acontecimentos e desfechos, pelas ações contraditórias que tivemos, com resultados trágicos e consequentemente decepcionantes em nosso entendimento, não nos conformamos nem compreendemos a principio de onde veio esta sensação de culpa.

A partir do momento em que temos noção da causa da culpa e do remorso ser de nós mesmos, entra em jogo algo extremamente extenuante, burocrático e de difícil conclusão, perdoar a si mesmo. Ser misericordioso consigo é das mais árduas tarefas, pois a cobrança pessoal tende a ser muito maior, pois somos rigorosos e esperamos mais de si na maioria dos casos, resultados melhores, buscando e desejando sempre a própria perfeição na execução das ações.

Nisso se reside a chave para se almejar um melhor entendimento da culpa, buscar o auto perdão e assim, pacificar-se internamente e fazer a sua parte, pois nunca teremos controle total sobre atos e concepções alheias.