Ensaios

Crônicas de George

Poesia

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Anseios



Sinto-me num farfalhar intenso, das mais variadas sensações que perpassam meu corpo aos poucos, por estes acasos escassos, ter tido a oportunidade inebriante de acabar por ser agraciado a sua presença. Em variáveis extensas e paralelas a um raio fulminante, gostaria de saber por tanto tempo onde você me aguardava, nestes desencontros ocasionais sendo desmembrados por nós como o orvalho ao nascer do sol, segue a trilha de um alvorecer imprevisível, na vastidão do horizonte, com possibilidades de intensidade incomensurável e colossal, queimando feita quimera nos campos verdejantes do meu ser, pequeno, frágil e singelo perante o anseio que me toma desde o momento que trocamos meras palavras descompromissadas sobre tudo e nada, ao mesmo tempo sem pressa num vago momento de desprendimento emocional.

Desde então, o que vivencie até então perdeu um pouco da graça e do logro da vida, como se até então, estivesse à deriva no Oceano, perdido numa imensidão azul cinzenta, num horizonte nebuloso, em meio a uma tempestade fúnebre. Como uma Nau salvadora, do mais incólume e vistoso feitio, fui resgatado em meio a tormenta por palavras, escritas e ditas no mais etéreo dos pensamentos, fundindo-se em meio a um turbilhão de êxtase terno e acalentador, como um manto quente na mais fria das noites de inverno, trazendo de volta a necessidade de calor tenro e protetor, como uma muralha que protege os alicerces do meu bem querer.

Enfim, foi no meio dos temores da caixa de pandora, a esperança que ficou nas entranhas da alma um tanto quanto conturbada e impaciente, acometeu em mim um profundo regozijo de tranquilidade e calma, tal qual é o conforto dos braços a quem se quer. Foi na Língua dos autores ansiosos, o Português, a melhor linguagem para descrever sua imponente causa e consequência no meu amago, em que a roda da fortuna aponta agora, para um norte claro e preciso, sem aparente obscuridade.

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