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Poesia

domingo, 13 de outubro de 2013

O meio dos intensos

Quantas vezes parecíamos estar distantes, por inúmeros motivos dignos do cotidiano moribundo e tedioso de uma clássica e bucólica vida moderna. Atrelados por outros eventos e fatos, cada um a sua maneira preso a compromissos e promessas feitas a terceiros em causas de acasos um tanto quanto perecíveis, simplesmente acomodados no conforto da situação. Nada mais característico de nosso caráter temeroso e desconfiado sempre achar que as migalhas que nos jogam são o suficiente para a necessidade de sobrevivência, de nossa índole de martirizar-se e julgar-se insuficiente, apenas sobrevivemos sem jamais vivenciar as coisas tal como são.

Com nossos medos e acomodação por fazer o papel de inferior perante o meio, acho que estou perdendo meus tempos em favas contadas ficar aqui apenas no mundo das ideias confabulando e idealizando como ingênuo sonhador. Gostaria de dar asas as minhas teorias inventivas e ao menos uma única oportunidade, sair deste marasmo paralisante e tomar uma atitude ou ação condizente com meus pensamentos e vontades. Sou refém do meu silencio na maioria das vezes e réu confesso por omissão dos anseios que já estão fartos de estarem reclusos e ocultados por baixo do belo discurso e de uma faceta cansada saindo por ai fantasiando anedotas para diversão alheia.

Nada do que esta acontecendo fica estática entre essas coisas relacionadas ao amor e outras formas de revolução, embora nos dias de hoje nada  mais revolucionário do que amar, em tempos de individualismo egocêntrico, afeição e empatia máxima por um semelhante é tão raro quanto água potável no deserto do Saara. É um tempo tão longo vivenciado, que a anedota referente ao “tão longe e tão perto” passa a fazer sentido quando me pego pensando tolices sobre você e o resto dos tempos, após longo prazo respeitando seus motivos por perseverar com algo tão diferente ao que realmente a defina, minha paciência de monge talvez finalmente tenha sido valida.

Eis que chega a hora dos dados serem jogados a mesa, tomar uma atitude condizente com o momento propiciado. Volto a maquinar tramas e estratégias de guerra, fazendo metáforas desastradas nessa comparação tão velha quanto o próprio tempo, lema de manifestos desde os primórdios do homem-macaco este aclamado “faça amor não faça a guerra”, embora muitas vezes o próprio amor fosse uma guerra contra si mesmo e o objeto das vontades do mesmo. Portanto estas táticas parecem mais movimentações em tabuleiro do que uma vivencia em si, definindo isto em oportunidade do destino ou mera casualidade destas coincidências incomuns do meio dos intensos.


Eis agora que tenho derradeiramente a obrigação (ou missão necessária) de tentar ao menos uma comunicação subentendida do que guardei num sonho sem perspectiva até então. Quero fazer algo sobre esse idealismo que faço sobre, mas a cada conversa a realidade acaba tendo toques da utopia que formei, e nisso tudo acabo perdendo a mão e já não sei mensurar o querer de poder. A situação então traça um paralelo que acaba tangendo uma estranha união de sentimentos e razões a principio opostas: seu momento de reclusão eu entendo perfeitamente, mas o seu ser entende o meu de tira-la do seu transe de isolamento?

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