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Poesia

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Você e o entorno

 Por falta de tato, se perdeu noções e menções aos fatos dos métodos e assuntos pendentes que possivelmente estará como ferida exposta, ainda que seja visível somente aos tormentos da causa perdida a mim pertencente. Nestas horas as coisas vão se esvaindo num vácuo de vontades, sem resquícios ou fragmentos daqueles idos de um abril abreviado, em que as lembranças de uma antiga cumplicidade havia se tornado fato consumado. Acaba sendo rotina a busca de raciocínios, motivos, teses ou teoria contemplando ou ao menos justificando tamanha oposição belicosa após vivenciarem-se prófugos devaneios de um sentir de eterno momento. No entanto, o sentir se perdeu em vãos obscenos e indecorosos de egos orgulhosos entrando em choque, esfacelando-se em golpes viscerais de verdades doentias ou das mentiras acobertadas no véu da indiferença.

Não parece ocorrer-me alguma maneira de aplacar os rasgos que por vezes surgem e abrangem o total de um sentir, que em sua notoriedade pressupunha-se estar num passado enterrado a sete palmos, mas a singela menção de algo remete a sua lembrança disforme. Pode parecer mera inconformidade de meu baixio ego assumir tal fim sem nexo, ideias assentadas na relação em que nos ocultamos em mascaras sob a face, escondendo o que de forma intensamente temos a sentir, evidenciar e denotar um ao outro. Mas como de praxe nas ações humanas, enfeitamos o simples, encurvamos a reta, emocionamos a razão, ou sintetizando o que está no frigir dos meus pensamentos, acabo não sendo compreendido pelo querer de tanto deixar subentendido em jogos.

Tento não viver absorto no mundo das ideias matreiras ou no limbo da dimensão do sentir, entrevado em divagações almejando entendimento dos fins de nossos meios. Motivando palavreados e discursando desculpas escusas, na forma para que isso convença não outrem mas a mim mesmo, através da retórica enganosa de ludibriar-me com as próprias emoções, tornando-me espectador e protagonista da auto tragédia encenada numa sessão fechada para amansar-se o ego. Inconsistente esta teimosia de espirito irrequieto, que acaba persistindo sobre tola questão em ter uma resistente aceitação a verdade sobre você e o entorno, pesos de um turvo amor desenganado.


A isso tudo se mistura outras atribulações marcadas por aflições que perturbam o débil sistema, seja ele emocional, psíquico e quiçá dos meus humores, no jeito de ser e ter. Formando esse emaranhado de sensações, a fusão nada mais é a causa( ou causo) de toda suposta “loucura” aos quais os semelhantes taxam em meus olhares, a bem da verdade apenas refletem os temores sintomáticos e aterradores para a maioria dos viventes acomodados a norma do comum, sair deste cômodo local e vir a ser o que é:  a própria vontade de ser e presenciar as facetas dos sentimentos como os são na realidade. Ironia disto tudo é que tentando entender e justificar você a mim mesmo, acabo por compreender a cegueira do senso comum, “sintus logos loukus”.


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