Ensaios

Crônicas de George

Poesia

sábado, 17 de maio de 2014

Consumado está

É volver aos momentos de outrora
Antiga oportunidade de um viver
disputado pelos termos sem volta
Perdendo-me em si por não te ter

Vasto pensamento da profunda melancolia
Nada flui fazendo o minimo sentido
Das coisas do querer por terra jazia
Um flagelo que guardo comigo

Terra arrasada seria boa definição
Para o que resta de meu espirito perturbado
Esta lembrança de amor gerador da desolação
Rancor e dor tornam-se fato consumado

domingo, 11 de maio de 2014

Medo e suas crias

 Poderia aqui, na pratica da escrita descrever e discorrer sobre emoções comum a todo ser vivente nesta era ,na grande propensão a tendencias comportamentais robóticas e automáticas. Tanto vai fazendo meu obtuso eu cansar-se de formalismo, repartições burocráticas que vão tomando forma de um enorme monstro, com seus tentáculos asfixiando cada devaneio de expectativa remota. Algo fora carregado pelo cortejo do destino ultrajante, levado em meio a multidão seduzida pelos venenos do conformismo, ou em sua maioria, acossada pelos terrores caracterizados do pensamento humano.

 Ficar aqui falando e dando cansaço verbal e literário a sentimentos seria tranquilo, mas talvez desonesto caso queira ser personificado como escritor ou até mesmo como um cronista de divisão inferior. Pegando a ideia que temos concebida como amor, conseguiria dar emocionante relato sobre alguma falsa realidade do encontro visceral entre duas almas gêmeas puras e eternas, mas estaria sendo um hipócrita canalha. Que sei eu da ideologia do amor?qualquer opinião minha em relação a este desconhecido sentimento denotado como o maior da criação universal soaria como discurso de algum politico demagogo fazendo suas promessas vazias. 

 Mas não sou ser de comportamento pragmático de uma maquina, certos sentimentos carrego por conhecimento empírico. experimentado e vivenciado em toda sua totalidade. Sou velho conhecido e conhecedor do MEDO, esta sensação mãe das aflições e desconfortos do homem, a primeira emoção a fugir da caixa de pandora e espalhar-se pelo globo. Não tenho certeza, mas a probabilidade de amor e medo terem mesma origem criatória muito plausível, pois aqueles que tentam converter os aterrorizados em apaixonados confirmam a mesma intensidade para ambos sentimentos.

 Não sei verdadeiramente nortear agora sobre amor e outras dores, tenho é as certezas do concretismo da temeridade. Medo no prosseguimento de planos, medo nos agires frente a pequenos desvios no caminho, em suma, vou sendo agente corrompido do medo e de suas crias terror e aflição. Percorro os angustiantes caminhos de silenciosos corredores de um viver sem perspectiva, ao lado de velho companheiro de estrada de nome desespero.

 Pelo que adentra meus pensamentos e sai de conclusão sobre ideias na excessiva lucidez, é provável que o senhor medo seja arma de auto-defesa contra a loucura do real. Ser lucido e ter as verdades reais frente aos olhos nos leva ao estado de desatino total, nisso fazendo a opção imbecilidade da ignorância pratica solução para este mal. Segundo o mito grego o sentimento chamado esperança acabou saindo também da caixa de Pandora, embora eu não sei muito o que descrever sobre a mesma, ela deve ter conseguido mesmo a liberdade  de sua prisão, pois ainda persisto ficar de prosa e verso sem nenhum sentido.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Pensar de pesares

Em certos momentos de pensamento
O ideal para as ideias é a ausência deste
Pensar por determinado viés acarreta sofrimento
Sem intenção somos geradores da loucura na mente

Raptos de vontades do eu pesaroso
Geração de desconforto pelos sentidos
Tenho meus demônios num pesadelo indecoroso
Assombrando o cotidiano rotineiro e cansativo

Por acasos de estranha natureza
Nos paradigmas anseio qualquer coisa
Vacina, fuga ou divina maneira
Ter reconforto de outono ao cair das folhas

sábado, 3 de maio de 2014

Intolerável obsceno

O que me cerca parece um eterno quadrado hermeticamente fechado em si, e dentro deste ocorre uma rotina cansativa das mesmices de alfinetantes desconfortos. Ficar inserido na alienação do espaço reservado e acabar por ausentar-se de tudo que rodeia o incerto elemento do meu eu difuso pelos quatro tempos das estações. Nas horas de raciocínio confuso e perturbador, meus desencontros comigo são praxe dos viveres, traço sintomático de pratica obscena num emocional impacientemente tolerável.

Verão é abrasivo, com contornos de um forno sufocando as vontades na queima em fogo alto dos desejos que derretem aos olhos vistos como miragem para o louco no deserto. Sufocando no calor de sentimentos resistentes aos calores da estação, nada nesta época parece ter força para apagar o incêndio amargurado, que se expande pelos poros mentais e físicos de ser consumido pelo ardor das intermitências nos levantes de um passado abafado nas altas temperaturas do remorso.

Outono vem com o amargo frescor dos ventos cardeais, dando a direção ao nada insólito e taciturno. No cair das folhas o que acaba prostrado ao chão são meus quereres, sem as forças necessárias para a redenção de dar-se o próprio perdão. Assim sendo o outono se torna antessala do veredicto final do julgamento impiedoso de si por si mesmo, no lento escurecer que vai delineando cada vez mais cedo nas batidas dos ponteiros do relógio da alma. Vou fazendo inúmeros papéis na mesma cena jurídica: réu, promotor e juiz da própria sentença.

O Inverno chega com a força da tempestade gelada, o frio impessoal do formalismo ausente de quaisquer sentir por si mesmo ou ao outrem. Já condenado ao desolamento, às ideias neste período são turvas e incertas, permeadas pelos temores das experiências antigas marcadas a ferro e fogo como registro da culpa de crime proscrito. A reclusão do inverno tem ao menos o fator de isolar-se para a criação, no uso do medo como catarse criativa visando uma cura a essa enfermidade crônica chamada amor indiferente.


Por fim eis que chegam à redenção da primavera e seu suposto florescer de novas concepções, vontades e ideias seguras sobre o todo. É o processo de reformulação das próprias concepções da eterna característica de profunda, enorme e ansiosa cabeça acerca das indefinições caídas por terra ao elaborar outras rotas de colisão para os nervos de emocional atribulado. Sendo estação da boa safra madura, é o cuidado na colheita para não extrair-me novamente no quadrado transformado em hectare, raiz e frutos já corroídos pelos agrotóxicos usados como veneno tratado como adubo de outras e inéditas sentimentalidades.