Ensaios

Crônicas de George

Poesia

segunda-feira, 31 de março de 2014

Linha temporal

Cercado de indiferença neste tempo
Em meio a um oceano de água profunda
Coagido a viver atormentado por medo
Tentando me abstrair desta amargura

O passado causa melancolia e remorso
Presente já condicionado a estar perdido
Faz futuro ser incerto nas dores do destroço
Após você nada mais merece ser vivido

Lembranças cravadas a fogo na memória
Herança da retórica do negro amor
Novamente nesta repetida história
Te sentir e querer-te agora é rancor

domingo, 23 de março de 2014

Tolice desmedida

Como tolo tece ingênuo idealismo
Querendo abraçar o mundo em seu cerne
Na mania dos rompantes de clássico romantismo
Deixa-se levar pelos desígnios de paquiderme

Ânsia desmedida por meios entrelaçados
Sofrendo de mal degenerado e avassalador
Vai adentrando pelos portões do limbo dos desesperados
Com a alma consumida por eterno terror

Assim sendo este caso de sonho quebrado
Por fim a esperança foi a ultima a morrer
Sem vias ou vielas por percorrer seu passo
Definhou na vontade imensa de te querer

sexta-feira, 21 de março de 2014

Cria da ansiedade

Nada vai no encontro aos termos de coisa alguma. Estar eternamente debruçado sobre uma sensação de dormência constante, ausente de qualquer toque externo passivo de compreender ou aplacar estado de franca incerteza. Como fuga dos próprios lamentos, extraio dentro de mim a essência do que não possuo, antiga memória de sentimento que com o passar dos anos, é origem de todo fruto dos males que afligem tolo espirito, necessitado por reviver na melancolia do passado, os momentos que em outrora eram de abrangente bem-estar, hoje torna-se instrumento da magoa a açoitar mente em desolado caos.

Remorso parece nunca ter fim, graças ao costume de esquecer-se do presente remoendo o passado e assim acabar temendo o futuro.Tentar por ponto final neste ciclo do cotidiano vivenciado sem perceber as nuances atuais,é nisso que reside a busca de ideal que frouxamente tento apegar-me como causa de certeza obscura, numa conclusão ainda turva sobre os desígnios da vontade sem sentido aparente, ainda tomando forma e volume, tentando vir a ser a cura para os tumores nascidos a partir dos velhos dissabores do tempo, ainda persistindo no curso das correntezas do amor e outras inquietações.

Assim vou tecendo meus rumos em meio a pensamentos controversos ao todo como tolo, tentando alguma distração na origem de todas as coisas. As maneiras do agir tendem a se decompor suavemente entre os dedos, satisfazendo o prazer sádico do arquiteto da destruição em ver desespero de meu ser perdendo aos poucos o que mais preza no limbo das lamentações. Sentença ordenada pela culpa e auto-flagelação, é se consumindo no conformismo por definhar no abandono de sonhos e com físico sanidade mental sustentada por mero fio de esperança, pois se um corpo está doente, ele ainda vive.

Sou filho inquieto da ansiedade, travando confronto eterno com os velhos medos e relutando em assumir novos ardores, na lucidez de repetição dos temores, tendo assim a loucura possuindo os aspectos de cotidiano já atribulado em outras percepções. Descreve e se descobre outras manias compulsivas, tomadas por ocasiões de espasmos surpreendentemente dolorosos, percebendo nestes negros amores ainda presentes em relações e nas maneiras, acerca dos atos feitos na tentativa da superação das magoas surgidas pela existência cancerígena do mesmo, controlando corpo absorvido por tal enfermidade.

Me deparo então com mais sessões de inéditas preocupações e lances de furtivos envolvimentos eventuais, incertos no seus propósitos almejados, e assim dando a este aparvalhado demasiado humano, os meios para expandir-se em desvairado querer desconhecido.

terça-feira, 18 de março de 2014

Vontade da enfermidade

Passam-se os dias sobretudo idealizando
Nas mentes dispersas de um acaso incisivo
Entre os pensamentos de seres confabulando
Ações com maniaca sucessão de um tipo
Bruta pedra de um sentir se está lapidando

Busca em meio a manias e obsessões
Referindo as doses de sentimentos difusos
Sejam estas venenos ou vacinas as emoções
Ardem a garganta e comprimem peitos já escuros
Já tomados por desatinadas sensações

Querer sem importar-se com o redor
Alienar-se acima da vitalidade mundana
Onde por uma vontade colossal e maior
Repousar por fim no braços de quem ama
Melhor maneira de aplacar enfermidade mór