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Poesia

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Combustíveis para a maquina

 A condição imposta é um campo de concentração que o mundo atual o é, nestes gloriosos dias onde boa parte nada teve e se contenta com migalhas, e uma minoria glutona aparvalhada e amansada perante os desígnios do ter de um esquizofrênico consumo. Ambos são levados a agir desta forma num modo que na prática se demonstra a sincronia exata com processos relacionados ao esgotamento do livre pensar humano, conformados na condição assim imposta a seu ser e seu ambiente de vida. Anestesiado pelo conformismo melancólico, sintetizadas em frases como “as coisas são assim e sempre serão”, todos seguem sua parte no processo onde homem se torna gado levado para o abate, sendo transformado em alimento e combustível para a máquina da futilidade.

 É todo esse desenrolar planejado cirurgicamente por seres obscuros e obtusos, que por fim buscam maneiras de aplacar seu sadismo na exploração do corpo de seus semelhantes “animalescos e descartáveis”, como eles assim definem aqueles usados como meras peças sendo repostas numa linha de produção. O abuso dos corpos é ferida fácil de acabar sendo sarada se comparada ao massacre perpetuado contra emoções, sentimentos e pensamentos. Através de mais violentos métodos de sufocamento psicológico de sonhos, ideias e ideais, e assim os alicerces de uma grande máquina aniquiladora da empatia e solidariedade humana são criadas.

 A supressão da alma e espirito humano é a melhor forma de controle da grande coletividade do chamado homo sapiens. De forma a alienar e introduzir nos pensamentos ideias conformistas para planos de vida acomodados e seguindo ditames pré-determinados, visando favorecer e alimentar algo sem matéria e sentimentalidade. Tendo voraz necessidade de triturar aos milhões, vontades do sentir e as mais diversas expressões variadas de palavras como liberdade e amizade. Podemos por fim definir esta “coisa” em uma ideia tradicional de monstro da acumulação ilimitada de um narcisismo insano.

 Tudo bem arquitetado nas maquiavélicas burocracias utilizadas como instrumento visando reprimir desejos e busca de uma plenitude de acordo com o ideário de cada ser. Para os beneficiados na trituração que a “coisa” faz dos seus semelhantes descartáveis, seu poder emana na prerrogativa de que estes acabem crendo na mentira contada 1000 vezes  pareça se tornar uma verdade absoluta: nada irá mudar, e se mudar será para o fim e a dor da ausência do “sentido da vida”. Teremos sim com a mudança, a ausência do sentido da vida dos manipuladores do monstro, que não terão mais a diversão com seu brinquedo de sadismo.


 O temor no fim é uma constante tanto para controlados e controladores, embora seja claro cada um com seus respectivos medos e aflições. O controlado graças à indução do seu subconsciente teme a punição e castigo caso se revolte com a mão que o “alimenta”, não quer acabar ficando sem meios de sobreviver e acabar ficando a míngua.  Mas o controlador acima de tudo teme a revolta, a rebelião e a mudança. No seu egoísmo hedonista, tem a necessidade de estar acima da maioria, e por estar acima do restante usando de meios nefastos teme que alguém no meio da massa de desafortunados negue obediência e lhe devolva com o olhar de furiosa justiça, exigir o fim de todo este ciclo de pão e circo.

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